Wagner Moura está de volta ao cinema nacional com ” O Agente Secreto “, que representa o Brasil no Festival de Cannes 2025, de 13 a 24 de maio. Na última década, o ator esteve em mais produções estrangeiras, como ” Sergio ” (2021) e ” Guerra Civil ” (2024).
À Vanity Fair , ele celebrou o retorno às produções locais. Entre os pontos destacos por ele, está a chance de voltar a falar português na dramaturgia: “Significou muito para mim”, iniciou.
“Simplesmente atuar e dizer coisas em português de novo, me reconectar com essa cultura. Nem consigo descrever o quanto isso foi importante para mim”, acrescentou Wagner Moura.
Ele usou uma frase do espanhol Javier Bardem para explicar seu sentimento: Ele trabalha em inglês como se houvesse um grande escritório no cérebro dele, cheio de coisas acontecendo, e quando trabalha em espanhol, o escritório está vazio”.
“É uma metáfora ótima”, avaliou Wagner, que contou que precisou aprender inglês para a atuação, já que não falava o idioma durante a infância. “Mesmo quando trabalho em espanhol, é diferente, sabe? O português é minha língua materna. É a cultura também”.
Na mesma entrevista, Moura explicou os motivos que o fizeram se afastar das produções brasileiras para o cinema. Além da sequência de produções estrangeiras, o cenário político nacional o desanimou.
De acordo com ele, Jair Bolsonaro seguiu a linha de autocratas, com ataques a universidades, jornalistas e ao setor cultural. “Eu dirigi um filme em 2018, ‘Marighella’, e ele foi censurado no Brasil. Foi uma loucura. Só consegui lançar o filme lá em 2021”, relembrou.
“Eu estive fazendo coisas fora. Fiz ‘Narcos’, que era uma série e levou muito,tempo, e dirigi um filme que levou três anos. E eu tambémnão estava empolgado com nada do que estava acontecendo no Brasil durante o governo Bolsonaro. Nada estava acontecendo”, finalizou Wagner.