Val Marchiori denunciou nesta terça-feira (9) negativas de cobertura durante o tratamento de câncer de mama e cobrou mudanças no setor de saúde suplementar. A empresária falou na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados e descreveu episódios que a obrigaram a arcar com quase 80% de uma cirurgia urgente, situação que expôs falhas graves no atendimento a pacientes oncológicos.
A fala ocorreu durante audiência transmitida pela TV Câmara. O objetivo do depoimento era mostrar a dimensão do problema enfrentado por usuários da saúde suplementar.
A socialite explicou que esperava apoio integral após o diagnóstico, mas recebeu negativa para procedimentos fundamentais. “Eu tive condições financeiras para pagar. Mas e quem não tem?”, afirmou. Ela explica que o sistema prejudica pacientes “no bolso, no corpo e na alma”, ao impor custos e entraves administrativos em tratamentos de alta complexidade.
Dados apresentados na audiência mostraram que cerca de 25% da população depende da saúde suplementar, enquanto o lucro das operadoras cresce de forma acelerada. O resultado financeiro do setor no primeiro semestre de 2025 já superou o total registrado no ano anterior.
Val Marchiori disse que as operadoras devem responder por omissões.
“Nós somos, se a gente nega um socorro, nós somos responsáveis. Por que os planos de saúde não são? E mais, não apenas pelas negativas explícitas, aqueles que vêm escritas, sabe? Mas também pelas negativas mais perigosas e as negativas escondidas nas entrelinhas, que essas são as piores”, disse.
A ex-participante do “Mulheres Ricas” afirmou que o problema também aparece nas “exigências, protocolos internos, solicitações repetidas e obstáculos administrativos que adoecem mais do que qualquer diagnóstico”.
A empresária apontou que atrasos podem levar à morte e alertou para o impacto emocional em pacientes oncológicos. Val classificou o cenário como “uma vergonha” e cobrou revisão urgente do sistema que, segundo ela, “mata e mata muito”.
Val afirmou que o processo a fez reconhecer a própria vulnerabilidade. “Eu me permiti ser frágil durante esse processo. Entendi que a fragilidade não diminui ninguém”, declarou.
Ela concluiu a participação com pedido por prioridade às necessidades do paciente. “Estou aqui para transformar minha em instrumento de mudança para pedir em nome de milhões de brasileiros que o paciente volte a ser prioridade, que a vida volte a ser prioridade, que o cuidado volte a ser prioridade”, afirmou.











