quarta-feira, 11 de junho de 2025

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Términos Inacabados – Episódio 24

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Términos inacabados – Episódio 24

Ingmar rodeou a  cama de Braz deslizando o dedo na beirada da cama.

‘Eu não sei o que tenho a ver com esse tal de Franz nem se Jerusa tem a ver com tudo isso.’

‘O senhor precisa de um advogado’ explicou calmamente o policial.

‘Por que? Porque me acusam de ter ficado com dois diários inúteis? Não tem nada lá. Pode levar, te dou a chave do apartamento. Não quero advogado nenhum, não devo nada a ninguém.’

‘É o que vamos determinar Sr. Braz’.

Braz sabe que seria muito dificil encontrar os diários, ele os escondeu fora, em um lugar impensável. Sentiu-se seguro para blefar, mas logo arrependeu-se. E tentou evocar as últimas conversas que teve antes da separacao.

‘Sua obcessão em provar suas teorias vai acabar nos afastando Jerusa’

‘Minha obcessão? A questão não é essa. Tem a ver com o que defendo na vida Braz. Percebe as implicações do que ele escreveu. Eu anotei tudo no diário e sei que a carta dele existe, eu sempre soube.’

‘E você está disposta a sacrificar a relação por isso? Por uma frescura dessas? Você acha que tem uma queda pelos tolos? Nesse caso, eu sou o seu bobo? Vamos romper por uma picuinha da literatura? Deixa essa bobagem com aqueles narcisistas da academia. Jerusa, dá um tempo…’

‘Machado não deve ter escrito nada aquilo, tenho certeza. E a carta que transcrevi comprova isso.’ Jerusa responde sem muita convicção.

‘São todas aquelas bobagens ridiculas que você rabiscou nos seus diários secretos?’

‘Ah, você leu? Quem foi que te autorizou? Aquilo era muito pessoal, intimo.’ Jerusa soluça, mas não deixa transparecer toda sua indignação.

‘Sim querida, aquelas bobagens. Se você acha que um casamento pode ter segredos assim, é melhor pararmos por aqui.’

‘Está bem. Se você tem certeza’ Jerusa fala movida exclusivamente pelo orgulho. Ela não tinha o menor desejo de interromper a relação. Na verdade, as palavras de Braz só fizeram ela ter a certeza de que ele era um verdadeiro idiota. Um idiota que ela amava. Um imbecil que ela venerava. Um trouxa do qual ela dependia afetivamente. Um moleque imaturo pelo qual ela aceitava uma revoltante submissão.   

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