O nome pode até soar estranho para muitos, mas nesta semana ele ganhou destaque após o casal Junior Lima e Monica Benini revelar que a filha de apenas 3 anos foi diagnosticada com síndrome nefrótica, uma doença rara que afeta os rins e exige tratamento intensivo.
O relato dos pais, que notaram o inchaço no rosto de Lara e pensaram se tratar de uma alergia, acendeu um alerta importante: sintomas simples, como inchaço ao redor dos olhos, podem esconder condições sérias.
Ao iG Gente, a Dra. Fernanda Moreira, nefrologista da Fênix Nefrologia, explicou, como a doença age no organismo.
“A síndrome nefrótica é caracterizada pela perda excessiva de proteínas pela urina, o que leva à redução de proteínas importantes no sangue, como a albumina, e provoca retenção de líquidos no corpo. O resultado é o inchaço – ou edema – visível principalmente ao redor dos olhos, nos tornozelos e na barriga”, resume a médica.
Essa perda de proteínas acontece devido a um dano nos glomérulos, que são os pequenos vasos sanguíneos dos rins responsáveis por filtrar o sangue.
Quando eles não funcionam corretamente, a proteína, que deveria permanecer no organismo, é eliminada pela urina, um dos sinais mais comuns é justamente a urina espumosa.
Segundo a especialista, o diagnóstico costuma envolver exames clínicos e laboratoriais. “Nos casos infantis, normalmente não é necessário fazer biópsia dos rins, já que a maioria dos quadros é causada por lesões mínimas, que respondem bem ao tratamento com corticoides”, afirma a nefrologista.
Além disso, a síndrome nefrótica é mais comum em crianças do que em adultos, e, felizmente, os pequenos tendem a ter um bom prognóstico.
“Muitos entram em remissão e têm vida normal com o acompanhamento correto”, diz Dra. Fernanda.
Mesmo assim, o tratamento exige dedicação. Além dos medicamentos, geralmente à base de corticoides, a criança deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar.
“A alimentação é fundamental. É preciso restringir sódio e, em alguns casos, controlar a ingestão de líquidos”, explica a médica.
Já nos adultos, a situação pode ser mais complexa. “A síndrome pode estar associada a doenças como diabetes, lúpus ou até ao uso excessivo de certos medicamentos, como anti-inflamatórios. Nesses casos, a biópsia renal é indicada para entender a causa e definir o melhor tratamento.”
Entre as complicações possíveis, a médica destaca infecções, tromboses e o risco de evolução para doença renal crônica, motivo pelo qual o acompanhamento contínuo é essencial, mesmo nos casos mais leves.
A prevenção da síndrome nefrótica em crianças ainda é um desafio, segundo a especialista. Isso porque, na maioria dos casos, a condição surge de forma espontânea e sem causa definida. No entanto, o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e garantir melhores resultados no tratamento.
“Já nos adultos, controlar doenças de base e evitar automedicação são formas importantes de prevenção”, orienta.