Ao que tudo indica, Léo Lins ainda não sente os reflexos da condenação da justiça em sua carreira. É que todas as apresentações do humorista do show Enterrado Vivo , previstas para acontecerem no Teatro Gazeta, em São Paulo, estão esgotadas.
Shows de Léo Lins seguem esgotados em meio à polêmica de prisão
O humorista foi sentenciado pela Justiça Federal a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por promover discursos discriminatórios durante um show da turnê Perturbador , em 2022. A sentença também inclui multa e indenização por danos morais coletivos.
No espetáculo, publicado no YouTube, o humorista fez piadas envolvendo racismo, pedofilia, gordofobia, abuso sexual, tragédias e minorias.
O vídeo ultrapassou 3 milhões de visualizações. A juíza considerou agravante o uso de tom humorístico em conteúdos que incitam violência.
A pena incluiu o pagamento de R$ 303.600 por danos morais coletivos e multa de 1.170 salários mínimos. A decisão foi baseada no entendimento de que liberdade de expressão não pode justificar discurso de ódio. A defesa afirmou que vai recorrer.
Os advogados Carlos Eduardo Ramos e Lucas Giuberti classificaram a decisão como “ triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil ”. Eles também disseram que a pena é comparável às aplicadas por crimes como tráfico ou homicídio.
A juíza Barbara de Lima Iseppi destacou que Lins demonstrou consciência sobre o impacto das piadas e dos riscos legais envolvidos. A Justiça considerou o conteúdo discriminatório e ofensivo aos direitos fundamentais.
Criticas de artistas
Recentemente o comediante Marcelo Marrom se manifestou sobre prisão do colega de profissão. Em vídeo publicado nas redes, o ele criticou colegas milionários que defenderam Lins apenas com declarações e ironizou a situação com falas controversas.
No vídeo, Marrom critica comediantes como Rafinha Bastos, Danilo Gentili e Maurício Meirelles. “ Todos eles são muito milionários, né? Eu fiquei pensando: o que eles fizeram pelo Leo Lins? Fazer um vídeo para defender é muito pouco ” , declarou.
Luana Piovani também comentou o assunto em suas redes sociais. “Achar que Corte Real pegar 15 anos de cadeia por colocar Miguel no elevador e ele morrer é muito pouco. Um estupro ter uma condenação de 8 anos é muito pouco. Mas 8 anos para quem faz piada com minorias não é” , declarou.
A atriz mencionou ainda a diferença no tratamento judicial a pessoas brancas e ricas. “Isso vai virar uma cesta básica, dois anos de serviços públicos. A verdade é essa, não vão ser 8 anos. Só preto pobre vai para a cadeia” , disse.