O SBT está enfrentando uma grande dificuldade para comercializar as cotas de patrocínio da sua transmissão da Copa do Mundo de 2026. Segundo apuração da coluna, o plano comercial do evento naufragou diante da reação fria do mercado publicitário, forçando a emissora a derrubar os preços em até 90% para conseguir fechar os primeiros contratos.
No planejamento inicial, o canal da família Abravanel pretendia vender seis cotas de patrocínio por mais de R$ 626 milhões cada, totalizando R$ 3,75 bilhões em receita. No entanto, até o momento, apenas duas cotas foram negociadas, ambas com valor final de R$ 60 milhões, graças a descontos pesados aplicados para atrair anunciantes.
Preço maior que o da Globo
A proposta de preço causou estranheza ao mercado, já que superava os valores cobrados pela própria Globo, que também transmitirá a Copa do Mundo de forma não exclusiva na TV aberta. O pacote vendido pelo SBT, em parceria com a N Sports, inclui a exibição de 32 jogos, exatamente os mesmos que estarão disponíveis na emissora carioca.
Um dos grandes trunfos publicitários do canal criado por Silvio Santos (1930-2024) era a aposentadoria definitiva de Galvão Bueno após o torneio. O narrador foi anunciado como nome exclusivo da cobertura, e a emissora esperava que sua presença mobilizasse o público e, consequentemente, os anunciantes. Mas o argumento não convenceu o mercado, que classificou o plano como supervalorizado.
Para garantir os direitos de transmissão, o SBT e a N Sports desembolsaram cerca de US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 134,5 milhões). A emissora paulista ficou responsável pela maior parte do valor e já quitou a primeira parcela junto à Fifa em outubro. A estratégia agora é tentar recuperar o investimento por meio das cotas restantes, mesmo com a margem de lucro bastante comprometida pelos descontos.









