sábado, 13 de dezembro de 2025

Relatório aponta falha humana em acidente com avião de Alok

O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos apontou falha humana no acidente com o avião que transportava o DJ Alok. O caso ocorreu em 20 de maio de 2018, no Aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora (MG). A aeronave saiu da pista durante a decolagem. O documento foi divulgado sete anos depois e detalha excesso de peso e decisões operacionais inadequadas.

A conclusão foi apresentada pelo Cenipa em relatório divulgado pelo Comando da Aeronáutica no dia 25 de novembro. O órgão informou que a investigação teve caráter preventivo. O objetivo foi identificar fatores contribuintes e reduzir riscos em operações semelhantes.

Nove pessoas estavam a bordo no momento do incidente. Nenhum passageiro ficou ferido. O avião atravessou a pista e parou em uma área de grama, próximo a um barranco, o que elevou a gravidade potencial da ocorrência.

O acidente aconteceu após apresentação do artista em Juiz de Fora. A aeronave decolaria com destino a Belém, no Pará. Após o susto, a equipe seguiu viagem por via terrestre e o show previsto na capital paraense foi cancelado.

Excesso de peso e alertas ignorados

Segundo o relatório, a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AAA, tentou decolar com 175 kg acima do peso máximo permitido pelo fabricante. O limite para o modelo era de 9.072 kg. No momento da tentativa de decolagem, o peso estimado era de cerca de 9.247 kg.

Durante a corrida na pista, a luz de aviso “NO TAKEOFF” acendeu duas vezes. O alerta indica configuração inadequada para uma decolagem segura. Mesmo com o sinal, os pilotos mantiveram o procedimento até próximo da velocidade de rotação.

A decisão de abortar a decolagem ocorreu de forma tardia. Como o procedimento foi interrompido em alta velocidade, o avião ultrapassou o limite da pista. A aeronave parou em uma ribanceira ao final do percurso.

O relatório aponta que o mesmo aviso “NO TAKEOFF” já havia acendido no dia anterior. Na ocasião, o alerta não gerou consequências operacionais. Para os investigadores, isso pode ter levado a uma postura de complacência por parte da tripulação.

Planejamento inadequado e falhas de comunicação

A investigação identificou falhas no planejamento do voo e na comunicação entre operador e tripulação. Três passageiros embarcaram sem coordenação prévia com os pilotos. A alteração não foi registrada no sistema de gerenciamento de voo.

Com dados desatualizados, os pilotos acreditaram que o peso da aeronave estava dentro do limite permitido. Essa falha contribuiu diretamente para a tentativa de decolagem em condição inadequada.

O Cenipa também apontou ausência de procedimentos definidos para situações de emergência. A falta de coordenação na cabine foi citada como fator relevante para a tomada de decisões incorretas.

Após o acidente, o DJ comentou o episódio nas redes sociais. Na ocasião, escreveu que havia “renascido”.

gente.ig.com.br

X