terça-feira, 22 de julho de 2025

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Psicóloga explica a comoção por morte de Preta Gil

A morte de Preta Gil, neste domingo (20), abalou o Brasil de forma profunda. Muito além da perda de uma artista, o país se despediu de um símbolo de força, liberdade e autenticidade.

Nas redes sociais, o luto coletivo se espalhou como uma onda. Mas o que explica esse sentimento, mesmo entre pessoas que nunca  estiveram pessoalmente com ela?

Para a psicóloga Anastácia Barbosa, a resposta está no espelho emocional que figuras públicas como Preta nos oferecem.

“Ela não era só uma artista. Ela era um símbolo. Símbolo de liberdade, coragem, feminilidade sem censura. Ao perdê-la, perdemos também um pouco da força que ela representava para tantas mulheres”, afirma.

Preta Gil viveu publicamente não só os palcos, mas também as dores: enfrentou o câncer com dignidade, expôs suas vulnerabilidades, foi transparente com o público até o fim. E isso criou laços, mesmo sem a convivência direta.

“Criamos vínculos emocionais e simbólicos com figuras públicas. Preta nos acompanhava há anos, em suas dores, lutas, transformações. Nos identificamos com sua força e com sua vulnerabilidade – e isso é profundamente humano”, diz a psicóloga.

O sentimento de perda coletiva, segundo Anastácia, tem um papel poderoso: rompe o isolamento emocional e cria pontes.

“A dor compartilhada humaniza, aproxima, toca. E no caso da Preta, essa dor tem um nome, um rosto, uma história que nos lembra o quanto a vida precisa ser celebrada — mesmo nas perdas”, pontua.

A morte da cantora também acende um alerta sobre a urgência da vida. Preta não adiou afeto, não escondeu quem era, não esperou o “depois” para viver com verdade.

“Ela nos mostra que não dá pra esperar para se cuidar, para ser quem se é, para amar. A morte dela nos convoca a viver com mais presença”, reflete Anastácia.

E como seguir depois de uma perda tão mobilizadora?

“Não se trata de esquecer. Mas de transformar. O luto precisa de tempo, de espaço simbólico e de elaboração. Preta deixa um legado — e o melhor que podemos fazer é viver com mais coragem, mais afeto, mais presença. Como ela fez” , conclui.

Doença

Preta, filha do lendário Gilberto Gil e de Sandra Gadelha, enfrentava a doença desde 2023. 

Ela chegou até anunciar o fim do tratamento em dezembro de 2023, mas alguns meses depois, a doença voltou com metástases. Em meio à esta situação, a cantora buscou alternativas nos  Estados Unidos, onde passou por um protocolo experimental, mas não resistiu às complicações.

Nascida  Preta Maria Gadelha Gil Moreira em 8 de agosto de 1974, no  Rio de Janeiro, desde cedo,  Preta Gil esteve cercada por grandes nomes da música e da arte brasileira, como  Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia, que ela considerava como tios. 

gente.ig.com.br

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