quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Policial que achou Tim Lopes revela bastidores do caso

Jorge Lordello, policial que encontrou o corpo de Tim Lopes detalhou a investigação em entrevista que vai ao ar nesta quarta-feira (10), no canal Na Cena do Crime, e explicou por que a operação foi lançada no dia do resgate. O relato descreve como a informação decisiva surgiu e motivou a busca na Pedra do Sapo.

A entrevista foi antecipada pelo colunista James Akel, do iG Gente, que revelou a participação do policial no programa. O agente narra momentos da investigação e explica como chegou ao ponto exato onde restos mortais foram localizados em 2002.

O policial afirmou que recebeu um alerta determinante para direcionar a operação. “Ó, recebi uma informação que eu classifico fidedigna e convoca o corpo de bombeiros e amanhã uma operação que nós vamos para a Pedra do Sapo.

Ele explicou que chefiava a investigação na 22ª DP, na Penha, durante o desaparecimento do jornalista. “O caso específico do Tim Lopes, é, eu era chefe de investigação da 22 Delegacia Policial. Bairro da Penha. Bairro da Penha, né? Era eu o chefe e meu subchefe era o comissário Fabio Neira.”

Jorge disse que já conhecia o repórter. “Eu até conheci o Tim Lopes de reportagens anteriores, que quando eu chefiar a ilha do governador, o Tim Lopes foi lá fazendo um trabalho de ouvir presos que haviam cometido crimes.

Ele detalhou o procedimento técnico usado para confirmar a identidade dos restos encontrados. “Nós conseguimos coletar material importante para a feitura do exame de DNA e consequentemente pode declinar se efetivamente é a vítima ou não.”

O policial relatou a cena encontrada pela equipe na chegada ao local. “E ao chegar lá, inclusive havia eh sinais de que um cadáver fumegava ainda. E a equipe policial entendeu que aquele cadáver seria o Tim Lopes.

No mesmo dia, a equipe encontrou o local conhecido como “micro-ondas”. “Chegamos no micro-ondas. E aquilo ali trouxe já uma ideia de que seria o Tim Lopes. Mas a investigação ela continuava paralelamente, né?

Ele contou que houve dúvida inicial sobre a identidade. “Foi recadado e existe até uma mandíbula agarrada a um pneu (…) nós também recebemos informação que aquele cadáver seria de um estuprador (…) então não seria em tese Tim Lopes.”

Traficantes abordaram o jornalista antes da execução

Jorge Lordello explicou que criminosos abordaram Tim Lopes antes da captura. “A princípio ele não foi reconhecido, né? O Tim Lopes ele chegava, zero o terceiro dia que eles chegavam e sentavam em frente o local denominado Boca de Fumo.” Ele relatou o momento em que traficantes encontraram a minicâmera. “O Bruno Capeta e o Boizinho (…) desconfiam deles e o abordo, revistam ele e acham a mini câmera.”

A partir daí, o grupo acionou Elias Maluco. “Ali rapidamente interrogam ele e ligam para o Elias e diz: ‘Ó, nós prendemos aqui um repórter filmando a boca’.” O agente descreveu a chegada do veículo que levou o jornalista até o ponto da execução. “E aí mandou o primo, que era um jovem na época de 18 anos, que vem numa Fiat Palio e até a Vila Cruzeiro.”

É, quando ele chega na Pedra do Sapo, tá o Elias Maluco, o Xuxa, o Zeu e o Ratinho. As quatro lideranças. Aí o Elias diz o Ratinho disse: ‘Não, esse aí eu já conheço, esse é o Tim Lopes’. Ali a identidade de Tim Lopes foi revelada.

O policial narrou o início das agressões. “Ali o Ratinho já inicia imediatamente as agressões contra o Tim Lopes. Ele não se aguenta. Inicia as agressões. Ele foi torturado, teve o corpo todo decepado e jogaram a gasolina e atearam o fogo ali mesmo na Pedra do Sapo.

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