O escritor e professor Paulo Henriques Britto foi eleito nesta quinta-feira (22) para ocupar a cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga aberta após a morte da autora Heloisa Teixeira. A escolha ocorreu por meio de votação eletrônica entre os membros da instituição, com apoio do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo , Britto comemorou o resultado.
“ Sensação de muita felicidade e muita alegria. E também reconhecimento pelos amigos que me ajudaram nessa empreitada, em particular do [poeta] Geraldinho Carneiro, que tem sido o meu guia em todo o processo ”, declarou.
A eleição reuniu apenas candidatos homens. Além de Britto, concorreram Salgado Maranhão, Arlindo Miguel, Paulo Renato Ceratti, Spencer Hartmann Júnior e Eduardo Baccarin Costa. O novo imortal recebeu 30 votos, seguido por Salgado Maranhão, com 10.
Escritor é premiado e já publicou 14 livros
Paulo Henriques Britto nasceu no Rio de Janeiro e se destaca como poeta, crítico literário, tradutor e professor universitário. Na PUC-Rio, leciona literatura e criação literária. Ao longo da carreira, publicou 14 livros, sendo sete deles de poesia.
Entre os títulos mais conhecidos estão Liturgia da Matéria (1982), Macau (2003) e Nenhum Mistério (2018). Ao comentar o processo de escrita, afirmou:
“Demoro para publicar porque escrevo pouco e porque de fato passo muito tempo reescrevendo cada poema; são relativamente raros os que já saem quase prontos”.
O autor venceu o prêmio Alphonsus de Guimaraens duas vezes e também recebeu o Jabuti e o troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
A Academia Brasileira de Letras tem 40 cadeiras e é ocupada por membros que se destacam nas áreas de literatura, educação, cultura e artes. Cada cadeira é vitalícia e só pode ser preenchida após o falecimento de seu ocupante anterior.