O cantor MC Poze do Rodo foi preso nesta quinta-feira (29) durante operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) no Rio de Janeiro. O funkeiro foi encontrado em casa, no Recreio dos Bandeirantes, e levado algemado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho. A Polícia Civil investiga apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas.
O cantor Oruam se manifestou pelas redes sociais e saiu em defesa do amigo. Em vídeo publicado, ele classificou a prisão como injusta e afirmou que o Estado busca expor figuras conhecidas da favela.
“ O Estado gosta de envergonhar nós. Algemaram o Poze e nem precisa disso. O cara é exemplo para várias pessoas ”, disse.
A polícia afirma que Poze realiza shows apenas em áreas dominadas pelo Comando Vermelho. Em muitos desses eventos, segundo os investigadores, traficantes armados com fuzis circulam livremente para garantir segurança do artista. A operação também recolheu joias, celulares, documentos e eletrônicos.
Defesa nega envolvimento e fala em perseguição
O advogado Fernando Henrique Cardoso informou ao O Globo que a prisão é temporária e que o funkeiro deve ser transferido ainda nesta quinta para o presídio de Benfica. Segundo ele, a polícia não encontrou armas na casa.
“ O cara é exemplo para várias pessoas. Todo mundo sabe que isso aí é uma mentira. Ele é cantor. Ele canta em baile de favela, mas não é envolvido com facção nenhuma, não. Isso é a maior covardia. Eles gostam de envergonhar nós “, afirmou Oruam no vídeo.
A operação se baseia na suspeita de que os eventos promovidos por Poze financiam o tráfico de drogas e fortalecem o Comando Vermelho. A corporação acredita que os bailes aumentam o consumo de entorpecentes nas comunidades onde ocorrem.
Parte das investigações foca nas letras das músicas. De acordo com a Polícia Civil, o repertório promove o uso de armas, drogas e rivalidades entre facções.
“ As letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves ”, afirmou a corporação em nota.