Muitos dos amantes do tango já assistiram ou, pelo menos, ouviram falar do show Uma noite em Buenos Aires, ou Una noche en Buenos Aires , em espanhol.
Há 50 anos esse espetáculo apresenta um resgate histórico do tango, gênero portenho que virou sinônimo da cidade de Buenos Aires. Seus ecos são tão grandes que se fazem sentir até mesmo do outro lado do Rio da Prata, em Montevidéu, que também toma o gênero como sendo seu.
No show, esse resgate parte do início do gênero, no submundo de Buenos Aires, segue pela importância de Carlos Gardel, na sua internacionalização, e chega à sonoridade revolucionária de Astor Piazzolla.
Serão três apresentações: no Teatro Bradesco de São Paulo, amanhã, quinta (29/5), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 31 de maio, e no Auditório Araújo Vianna em Porto Alegre, no dia 1º junho.
Show
Uma noite em Buenos Aires é considerado um dos maiores espetáculos de tango do mundo e foi aplaudido por mais de cinco milhões de pessoas.
O grupo responsável pelo espetáculo chega ao Brasil com uma grande equipe de músicos, intérpretes e bailarinos de tango, tendo como destaque o maestro Carlos Buono, bandoneonista que já dividiu o palco com grandes orquestras como a Sinfônica WDR (Alemanha) e a Sinfônica Stravinsky (Rússia).
Os tangos em Uma noite em Buenos Aires são interpretados por Alberto Bianco, especialista na música de Carlos Gardel, Alfredo Le Pera e Astor Piazzolla, e pela cantora Claudia Pannone, que já participou do Gotham Project, conhecido grupo de tango surgido em Paris, que acrescentou elementos eletrônicos ao ritmo.
A dupla é acompanhada pelo Noneto Buonissimo, grupo formado por nove músicos de tango com longa experiência na noite portenha. E para completar visualmente esse espetáculo musical, a coreografia tangueira de duas duplas de bailarinos: Ivan Romero e Silvana Nuñez, premiados em certames na Argentina e Coreia do Sul; e Federico Paleo e Luciana Francheli, campeões mundiais dançando tango.
Gardel
O tango foi um dos primeiros ritmos latinos a ganhar projeção mundial, principalmente nas décadas de 20 e 30 do século passado, pelo trabalho de Carlos Gardel.
Ele levou o gênero do cais do porto para as salas de teatro, não só de Buenos Aires, mas também de todo o mundo.
Foi um dos primeiros artistas no século XX a excursionar se apresentando em Paris, Nova York, São Paulo e outras grandes cidades. Participou do cinema estadunidense pela companhia Paramount, protagonizando inúmeros filmes: Cuesta Abajo (1934), El Día que me Quieras (1935) e Tango Bar (1935), que serviram, naquela época, para tornar o tango conhecido por todos.
Carlos Gardel morreu tragicamente, em 1935, em um acidente aéreo na cidade de Medellín na Colômbia, juntamente com seu parceiro musical Alfredo Le Pera.
Piazzolla
Depois de Carlos Gardel, o outro grande nome do tango foi Astor Piazzolla, que revolucionou o gênero a partir de 1940. Com seu bandoneón e seus arranjos sofisticados, transformou-o em música de concerto, dividindo espaço com outros ritmos como o jazz.
Uma curiosidade: Piazzolla, quando o garoto, viveu em Nova York e participou do filme El Día que me Quieras junto com Gardel, fazendo uma pequena ponta como um menino jornaleiro.
Uma noite em Buenos Aires é um convite para os amantes do tango em suas mais variadas manifestações. Além disso, tem um papel didático, pois mostra a transformação do gênero musical em mais de cem anos de existência.
Esta coluna é um espaço destinado à cultura e músicas latinas. Mais informações sobre esses temas você encontra em www.ondalatina.com.br e no Canal Onda Latina: https://www.youtube.com/@canalondalatina
Assista um trecho do espetáculo Uma noite em Buenos Aires: