Imagine encontrar um diamante de 2.492 quilates. Foi exatamente isso que aconteceu recentemente (a data precisa não foi informada) em Gaborone, capital de Botsuana, na mina Karowe
, que pertence à empresa canadense Lucara Diamond.
Este é o segundo maior diamante já descoberto no mundo de gema de alta qualidade (combinação de características que são altamente valorizadas no mercado), ficando atrás apenas do diamante Cullinan
, de 3.106 quilates, encontrado em 1905 na África do Sul, que foi dividido em nove partes e hoje pertence à Coroa Britânica.
Essa “descoberta” só foi possível graças ao uso de uma nova tecnologia desenvolvida pela Lucara, conhecida como Mega Diamond Recovery (MDR), que utiliza raio-x para analisar o terreno. Desde 2017, essa ferramenta tem sido empregada como uma alternativa mais cuidadosa aos métodos tradicionais, que geralmente envolvem a britagem dos minérios e podem causar danos às pedras preciosas. Com a tecnologia MDR, a integridade das gemas é preservada durante o processo de extração.
Ainda não foi determinado o valor exato do diamante nem seu destino, embora algumas estimativas apontem que ele possa valer cerca de US$ 40 milhões.
Tampouco, se sabe se o diamante pode ser lapidado em gemas menores.
A situação geopolítica de Botsuana
Botsuana é um dos maiores produtores de diamantes do mundo. Em 2019, um diamante de 1.758 quilates foi descoberto na mesma mina e, posteriormente, vendido para a grife francesa Louis Vuitton.
A Rússia se mantém no pódio na produção global.
Paralelamente, o governo de Botsuana está propondo uma nova legislação que impactará as empresas licenciadas para mineração no país. Segundo essa proposta, após obterem a licença, as empresas serão obrigadas a vender 24% de suas ações para empresas locais, caso o governo opte por não adquirir uma participação acionária na mineradora.
Qual é o maior diamante do mundo?
O maior diamante já encontrado, no entanto, sem considerar a qualidade da gema, é a pedra negra Sergio, que foi descoberta na superfície do solo no Brasil em 1895. Após sua descoberta, a pedra foi cortada para ser utilizada em brocas industriais devido à sua dureza excepcional. As pedras negras conhecidas como “carbonado”, como o Sergio, são consideradas fragmentos de meteoritos. Essas pedras são raras, e sua origem extraterrestre contribui para seu valor e singularidade no mundo dos diamantes.