Salvador Plasencia admitiu culpa em um tribunal federal nesta quarta-feira (23) por crimes relacionados ao fornecimento de cetamina que teria contribuído para a morte do ator Matthew Perry, em outubro de 2023. O médico, que enfrentava acusações de distribuição ilegal da substância, concordou com um acordo judicial que pode resultar em até 40 anos de prisão. As informações são da NBC.
Plasencia, que permanecerá em liberdade sob fiança até a audiência de sentença, marcada para 3 de dezembro, também se comprometeu a entregar voluntariamente sua licença médica. Em comunicado, seus advogados afirmaram que o profissional reconhece “sua falha em proteger um paciente vulnerável” e expressou profundo arrependimento pelas decisões tomadas no tratamento de Perry.
Investigações revelaram esquema ilegal
Matthew Perry, famoso por seu papel em “Friends”, foi encontrado sem vida em sua residência em Pacific Palisades. O laudo do Instituto Médico Legal de Los Angeles apontou que a morte foi acidental, causada pelos “efeitos agudos da cetamina”. O ator, que lutava contra depressão e ansiedade, fazia uso terapêutico da droga sob supervisão médica, mas investigações posteriores revelaram que ele também a obtinha ilegalmente.
Documentos do caso indicam que Plasencia forneceu cetamina líquida e em comprimidos a Perry semanas antes de sua morte, chegando a receber cerca de US$ 55 mil pelo serviço. Mensagens trocadas entre o médico e outro profissional de saúde, Mark Chavez – também envolvido no caso –, mostravam comentários depreciativos sobre o ator. Em uma delas, Plasencia questionava: “Quanto esse idiota vai pagar? Vamos descobrir.”
Cúmplices também enfrentam consequências
Kenneth Iwamasa, ex-assistente pessoal de Perry, já havia se declarado culpado em 2024 por seu papel no caso. Ele revelou às autoridades que Plasencia não apenas vendia a droga, mas também o instruía a aplicar as injeções no ator, apesar de Iwamasa não ter qualificação médica.
A promotoria destacou que, mesmo ciente da dependência química de Perry, o médico continuou a fornecer cetamina, colocando em risco a vida do paciente. Com a condenação, Plasencia enfrenta, além da prisão, multa de até US$ 2 milhões e três anos de liberdade condicional.