Ex-diretor do núcleo de humor na Globo
, Marcius Melhem se tornou réu por assédio sexual, de forma continuada, contra três mulheres que trabalharam sob sua chefia. A decisão é da juíza Juliana Benevides de Barros Araújo, do Tribunal de Justiça (TJRJ), que aceitou a denúncia feita na tarde dessa terça-feira (8) pela promotora Isabela Jourdan, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
As vítimas dos casos são as atrizes Ana Carolina Portes e Georgiana Góes, que acusaram publicamente o ator, e uma jornalista que prefere manter a sua identidade preservada. As acusações da denunciante Dani Calabresa e de outras quatro mulheres foram arquivadas junto por prescrição punitiva dos fatos.
Marcius Melhem nega as acusações que vieram à tona, no fim de 2019. Em nota divulgada nessa terça, a defesa alega ter sido “ilegal” a escolha da promotora do caso, “que não teve nenhum contato com as investigações, em evidente violação ao princípio do promotor natural, fato gravíssimo já levado à apreciação do Supremo Tribunal Federal, resultou, como se esperava, em uma denúncia confusa e inteiramente alheia aos fatos e às provas”.
“Ignorando totalmente os elementos de informação do Inquérito Policial, a denúncia acusa Marcius Melhem do crime de assédio sexual contra três das oito supostas vítimas. No momento oportuno, esta absurda acusação será veementemente contestada pela defesa do ex-diretor, que segue confiante na Justiça, esperando que a Magistrada não dê prosseguimento ao processo, como lhe faculta a lei”, diz a nota, assinada pelos advogados Ana Carolina Piovesana, José Luis Oliveira Lima, Letícia Lins e Silva e Técio Lins e Silva.
Em nota, o MPRJ afirmou: “O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Área Botafogo e Copacabana, ofereceu denúncia contra Marcius Melhem pelo crime de assédio sexual, praticado de forma continuada contra três vítimas. A investigação sobre crime de importunação sexual cometido contra uma das vítimas foi arquivada em razão da prescrição punitiva dos fatos. Em relação a outras cinco vítimas de assédio sexual, também foi proposto o arquivamento em razão da prescrição. A ação penal foi ajuizada na sexta-feira (5) e recebida pelo Juízo da 20ª Vara Criminal, nesta terça-feira (8). Foi decretado segredo de Justiça por requerimento do MP. Portanto, não há mais informações disponíveis”.
* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho