sábado, 21 de dezembro de 2024

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Letícia Sabatella reflete sobre autismo: 'Era reconhecida como maluca'

Letícia Sabatella falou da trajetória pessoal com o autismo em entrevista ao “Fantástico” deste domingo (17).  A atriz foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos 52 anos
refletiu sobre desafios que enfrentou antes da descoberta, como o fato de ser “reconhecida como louca” em certas situações.

“Estava sempre estudando e sempre me formando em alguma coisa, para dizer que tinha que acrescentar e me construir. Sempre fui reconhecida como pisciana, artista, sonhadora, romântica, idealista. Até em algumas situações mais abusivas como maluca, ‘louquinha'”, afirmou. 

A artista observou que situações do tipo aconteciam desde a infância: “Quando eu tinha 9 anos, todas as meninas do colégio pararam de falar comigo, por causa do meu jeito. Não entendia o porquê. Tinha um mundo imaginário muito rico. Eu catava tudo quanto era pedrinha e ficava apaixonada pelas coisas. Aquele prego tinha vida”. 

Sabatella foi diagnosticada com o TEA no nível 1, que apresenta características mais leves e podem ser despercebidas por muito tempo, tornando este o tipo mais recorrente em diagnósticos tardios. A atriz avaliou a reação ao descobrir o autismo: “A sensação foi libertadora. Estou ainda nesse flerte de buscar a melhor compreensão, sem desespero algum em relação a isso”.

Entre outras situações desafiadoras, Letícia disse que apresenta hipersensibilidade sensorial “Principalmente auditiva. Tem horas que chego a passar mal. Parece uma agressão. Gosto muito do toque, mas se alguém fica fazendo assim [alisando], dá vontade de pedir para parar”, comentou. 

A artista ainda menciona o motivo de situações em que chegou a “explodir” na relação com outras pessoas: “Todas as vezes que isso aconteceu, sempre teve gatilhos muito fortes, ou tem a ver com cansaço, com uma ansiedade. São situações que sinto que, de algum modo, houve uma injustiça de compreensão. Mas minha vontade era de não ter reagido daquela maneira”.

“Reconheço que estou aprendendo sobre esse assunto. Não sei sobre ele. Eu sei sobre mim, muito intuitivamente. Isso é o valor de um bom diagnóstico para margear o caminho. Uma pessoa que não se conhece fica mais suscetível a ser oprimida”, concluiu. 

+ Assista abaixo ao “AUÊ”, o programa de entretenimento do iG Gente:

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