Larissa Manoela, a mãe, Silvana Taques, e o noivo, André Luiz Frambach, foram intimados para depor em um inquérito da Polícia Civil do Rio que apura o caso de racismo religioso
de Silvana contra a família do ator.
A investigação foi aberta na terça-feira (22) após a divulgação de uma conversa de Silvana com a filha, onde ela usa o termo “macumbeira”
para se referir à família do noivo de Larissa, que é espírita kardecista. O termo é considerado pejorativo para se referir a religiões de matriz africana.
“Esqueci de te desejar… que você tenha um ótimo natal aí com todos os guias dessa família macumbeira. kkkkkk”, escreveu a pedagoga em uma mensagem enviada pelo Whatapp no Natal de 2022.
Em 2023, a pena para crimes de intolerância religiosa aumentou para até cinco anos e está prevista na lei que equipara crimes de injúria racial a racismo.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) aceitou a notícia-crime e virou investigação. O advogado Carlos Nicodemos, que representa a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio, contou ao g1 que pretendia pedir a intimação dos pais da atriz para depor no inquérito.
“O país caminha para o aprimoramento punitivo contra o racismo e, em pleno século XXI, não há mais espaço para racismo religioso ou qualquer manifestação que ofenda a dignidade humana, que seja encarada como diversionismo ou coisificação. A banalização incrementa graus de violência, que levam a situações extremas todos os dias”, afirmou.
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio configura a fala de Silvana como “ato discriminatório travestido de formas contemporâneas de racismo” e “a manifestação de Silvana extravasa os limites da livre manifestação de ideias, constituindo-se em insultos, ofensas e estímulo à intolerância e ao ódio contra as religiões de matriz africana, não merecendo proteção constitucional e não podendo ser considerados liberdade de expressão, enquadrando-se no crime de racismo”.
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