Começa nesta segunda-feira (28), na França, o julgamento de um grupo de homens, apelidados de “ladrões vovôs”, acusados de assaltar Kim Kardashian durante a Semana de Moda de Paris, em 2016.
Na época, a empresária e influenciadora foi rendida sob a mira de armas e teve joias avaliadas em milhões de euros levadas pelos criminosos.
De acordo com a agência Reuters, muitos dos envolvidos estavam próximos da aposentadoria quando o crime ocorreu, considerado o maior roubo individual do país em mais de duas décadas.
Kardashian deve retornar a Paris em maio para prestar depoimento no tribunal. A expectativa é que o julgamento se estenda por quase um mês, conforme informou seu advogado.
A investigação revelou que os suspeitos se passaram por policiais, usando máscaras de esqui e uniformes falsos para invadir o luxuoso apartamento onde a estrela estava hospedada. Eles amarraram Kardashian com abraçadeiras plásticas e fita adesiva antes de fugir com um anel de noivado de US$ 4 milhões, presente de Kanye West, além de outras peças de alto valor.
“Eles repetiam: ‘o anel, o anel’” , relembrou Kardashian em entrevista a David Letterman em 2020. Emocionada, ela contou ainda que temeu ser estuprada. “Eu olhava para o porteiro,” disse ela, recordando o momento em que o funcionário foi obrigado, sob ameaça, a levar a gangue até o apartamento. “Eu pensava: ‘Vamos morrer? Apenas diga a eles que eu tenho filhos, tenho bebês… eu preciso voltar para casa’.”
A polícia conseguiu identificar suspeitos a partir de vestígios de DNA encontrados nas abraçadeiras utilizadas durante o sequestro. As primeiras prisões ocorreram em janeiro de 2017.
Ao todo, dez pessoas estão sendo julgadas, sendo cinco acusadas diretamente de roubo à mão armada e sequestro, e outras cinco por participação no crime ou porte ilegal de armas.
Entre os réus está Yunice Abbas, de 71 anos, que admitiu seu envolvimento no assalto e até publicou um livro contando detalhes da ação. Abbas afirmou à TV francesa TF1 que não sabia que o alvo era a estrela de “The Kardashians”, apenas que havia um “grande diamante” no local. Ele também disse que o roubo seria sua última empreitada criminosa, após ter passado cerca de 20 anos da vida adulta na prisão.
Outro acusado é Aomar Ait Khedache, conhecido como “Omar, o Velho”, apontado como líder do grupo, uma acusação que ele nega. Sua advogada, Chloe Arnoux, afirmou à BFM TV que, dada a idade de seu cliente, ele corre o risco de passar o resto da vida na prisão. Ela também revelou que Khedache escreveu uma carta de desculpas a Kim Kardashian, mas o documento foi interceptado pelas autoridades.