terça-feira, 21 de maio de 2024
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Homem processa Neymar em R$ 1 milhão após perder tudo em apostas

Neymar Jr. é alvo de um processo milionário movido por um homem desempregado do Rio de Janeiro que culpa o jogador de futebol por fazê-lo perder todo o dinheiro que economizou ao longo de sua vida. Mas como isso seria possível? O rapaz diz que foi influenciado pelo atleta por meio de suas redes sociais a usar todo seu dinheiro na casa de apostas Blaze e perdeu tudo o que vinha guardando há anos. Agora, ele pede não somente o valor investido, como também uma alta indenização.

Mas Neymar não está sozinho na lista de réus. O autor do caso se chama Erick Amaro Pinheiro Paiva, mora no Rio de Janeiro, e ele pede que além do jogador de futebol, sejam também responsabilizados por seus danos o youtuber Felipe Neto, e os influenciadores digitais Jon Vlogs, Juju Ferrari e Nanna Chara. No processo também estão arroladas as empresas Blaze (casa de apostas em que ele perdeu todo o dinheiro), Okto Pagamentos S.A., Pagsmile Intermediação e Agenciamento de Negócios Ltda., e Luxpag Meios de Pagamentos Ltda.

No processo obtido com exclusividade pela coluna, Erick disse que assistiu a diversos vídeos postados nas redes sociais por estes influenciadores, que recomendaram a Blaze como uma possibilidade de ganhar altas quantias em dinheiro sem precisar sair de casa, apenas apostando nos joguinhos da plataforma.

Desempregado, ele decidiu usar todas as economias para multiplicar o valor que estava guardado. E por ter sido impactado por estes influenciadores diversas vezes, sempre com o argumento de que a Blaze pagava um ótimo valor sobre as apostas, Erick investiu R$ 62 mil nos jogos da plataforma, e acabou perdendo tudo.

O autor da ação ficou inconformado com seu “azar”, já que nos vídeos publicados por Neymar e Felipe Neto, eles sempre se davam bem e multiplicavam o valor de suas apostas, conquistando mais dinheiro. Ao buscar informações, Erick acabou descobrindo, por meio de tutoriais publicados no YouTube por pessoas que já trabalharam com a Blaze, de que todos estes influenciadores digitais usavam um perfil de “treinamento” na plataforma de apostas, que estava devidamente programado para fazer o jogador ganhar vultuosas quantias em dinheiro.

Por alguma razão, o autor do processo conseguiu acessar este perfil de treinamento, que a Blaze disponibiliza somente para os influenciadores que ela contrata para serem seus embaixadores, e fez uma simulação em que apostou mil euros (o equivalente a R$ 5.530,00 na cotação atual) e acabou lucrando mais de um milhão de euros. Erick gravou o vídeo e o anexou à ação para comprovar que os vídeos feitos por Neymar e todos os outros famosos eram de apostas falsas, e que induzem pessoas como ele a perderem dinheiro.

“A referida constatação, nos conduz ao óbvio, a conta treinamento/fake/demo da plataforma, possui um algoritmo diferente da conta ‘real’, a pessoa vê os influenciadores apostando, ganhando a tal ‘renda extra’, sem saber que os mesmos usam a conta demo, ao apostar na conta ‘real’, com um algoritmo diferente, a pessoa perde suas apostas”, diz a ação.

Embora saiba que os influenciadores não sejam sócios da Blaze, o autor da ação os responsabiliza por incentivar seus seguidores a perderem dinheiro e recorre a artigos do Código de Defesa do Consumidor, que coloca os divulgadores da plataforma como culpados por fazer com que seus seguidores consumam os produtos e serviços que divulgam. Além disso, ainda cita que muitos deles sequer sinalizam que suas publicações se tratam de um conteúdo publicitário.

“Desta forma, o consumidor não consegue identificar que se trata de um conteúdo comercial, tornando-o vulnerável frente a publicidade realizada, razão pela qual se torna possível a responsabilização desses profissionais frente a produtos e serviços que causem algum tipo de dano ao consumidor”, diz a ação.

“Os digitais influencers não apenas dão rosto ao produto, colaborando para posicioná-lo no mercado, mas demonstram como deve ser feita sua utilização, assim como explanam suas especificações. Quando tal objetivo não é alcançado e, ao contrário, é ocasionada uma lesão ao consumidor, seja ela material ou à saúde e à segurança, está-se diante da responsabilidade civil nas relações de consumo.”

“Isso porque eles atuam como garantidores do produto ou serviço indicado. Em caso de informações, características, qualidades e vantagens atribuídas ao produto inverídicas, somado ao poder de persuasão e Autoridade dos influenciadores, apresenta-se como algo negativo ao consumidor, rompendo, desse modo, com a confiança e a boa-fé perante os seus seguidores”, justifica o advogado de Erick.

A ação foi protocolada em 26 de abril, no Rio de Janeiro, e o rapaz pede que todas as partes envolvidas na ação paguem a ele de volta os R$ 62 mil que ele perdeu nas apostas, bem como uma indenização de R$ 1 milhão por danos morais.

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