segunda-feira, 16 de junho de 2025

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Flavia Rodrigues

Salve, salve, simpatia!

Bora falar de mais uma potência periférica.

Aos 27 anos, Flavia Campos Rodrigues carrega no peito a força, e tem a alma de uma líder, e no olhar a esperança de milhões. Moradora de Paraisópolis, a maior favela de São Paulo, ela encontrou no voluntariado um propósito de vida. Tudo começou aos 18 anos, em um trabalho simples no Festival da Juventude, dentro da Mostra Cultural da comunidade. Foi ali, compartilhando histórias com outros jovens da quebrada, que Flavia percebeu que podia, e queria, fazer muito mais.

Criada entre muros apertados e sonhos largos, Flavia sempre acreditou que a educação é a chave da transformação. Filha de dois nordestinos batalhadores, mãe empregada doméstica, pai pedreiro, é a irmã mais velha de 13 irmãos. Ainda adolescente, saiu de casa aos 16 anos em busca de um futuro que parecia distante. Durante a pandemia, precisou tomar uma decisão difícil e corajosa,  levou três irmãos para um abrigo, protegendo-os do vício da mãe e garantindo que tivessem a chance de trilhar um caminho diferente do dela, um caminho com menos fome e mais dignidade.

Com o tempo, Flavia entendeu que seu trabalho era maior do que imaginava, era sobre impacto, sobre voz, sobre levantar a comunidade junto com ela. Hoje, preside a Associação das Mulheres de Paraisópolis, é fundadora do projeto Fluxo Livre, criado durante a pandemia para combater a pobreza menstrual, e atua como conselheira do projeto Fluxo Sem Tabu. É também cofundadora do G10 Favelas e integrante da rede internacional Global Shapers, ligada ao Fórum Econômico Mundial.

Entre tantas conquistas, Flavia já realizou o impensável, palestrou em Harvard, foi a primeira brasileira a falar no MIT sobre pobreza menstrual, e entrou na faculdade, um sonho antigo, agora realidade. Ela é prova viva de que quando se faz com o coração, o mundo se abre.

“Quando a gente faz com verdade, com propósito e com o coração, as coisas naturalmente crescem”, diz ela com humildade. E crescem mesmo. Hoje, seu trabalho impacta milhares de meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade, abrindo caminhos para que elas conquistem voz, espaço e dignidade.

O sonho de Flavia não para, ela quer estudar fora do Brasil, fazer intercâmbio, trocar experiências e voltar ainda mais forte para sua missão. Também sonha em estar na lista da Forbes Under 30, como reconhecimento não apenas por sua trajetória, mas por todas as vozes invisibilizadas que ela representa.

E, para os jovens da favela, ela deixa um recado poderoso:

 “Nunca duvide da sua potência, a gente é resistência! Estude, se organize, se cerque de quem te fortalece. Você não está sozinho, quando um sobe, abre caminho pra vários. Vai por você, mas também por quem ainda vai chegar.”

Flavia Rodrigues é o reflexo de uma nova geração de líderes da periferia. Uma geração que sonha, resiste e transforma. Que não espera a oportunidade bater, vai lá e constrói.

gente.ig.com.br

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