quarta-feira, 23 de abril de 2025

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Fafá de Belém relembra encontro com Papa Francisco: "Um de nós"

A  cantora Fafá de Belém revelou o sentimento que teve ao cantar para três Papas em diferentes momentos da história da Igreja Católica.

Em entrevista ao Portal iG, a artista contou que recebeu convites do Vaticano para apresentações diante de João Paulo II, Bento XVI e Francisco.

Ela detalhou as particularidades de cada encontro e afirmou que se orgulha de ser a única cantora no mundo a cantar para os três líderes religiosos. A artista ainda compartilhou impressões sobre a personalidade de cada Papa e como esses encontros impactaram sua vida.

Fafá lembrou que o convite mais recente veio por meio do cardeal Orani Tempesta. “Ontem, perguntaram se eu vou cantar para o quarto. Eu disse, bom, se eu tiver convite do Vaticano, com muita honra e muito orgulho. Lá estarei”, disse.

Sobre João Paulo II, a cantora falou com carinho. “Era um artista. Ele tinha essa coisa da arte, da coisa cênica. Lembro que saiu daqui rodando a bengala como Carlitos.” Ela ainda descreveu um sentimento de acolhimento ao abraçá-lo: “Senti nele um aconchego muito grande. Era como se ele abraçasse o Brasil e eu como se estivesse abraçando o mundo”.

O encontro com Bento XVI ocorreu em Valência, na Espanha, também a convite do Vaticano. Fafá revelou que, apesar da distância física, houve uma troca de olhares marcante. “Na hora que ele passou por nós, ele parou e me olhou. Olhou para minha filha, olhou para as pessoas que estavam ali esperando sua passagem. E eu vi o olhar mais profundo que já vi na vida. Ele carregava o mar, o oceano, o mundo… e uma doçura infinita. Fiquei muito impactada com Bento XVI.”

A artista comentou que sentiu certo temor diante de Bento XVI. “Sentia um certo temor, achava ele mais afastado. Mas não… Ele era um Papa muito mais profundo. Não era o Papa das multidões, era estudioso, um Papa dos estudos — o chamavam de ‘o Papa mais profundo’, né?”

Encontro com Papa Francisco

Já sobre Francisco, Fafá destacou a simplicidade e proximidade com o povo. “É um de nós, é o Papa que não tinha qualquer problema em se misturar às multidões.”

Ela explica como foi o convite: “Quando fui convidada mais uma vez pelo Vaticano — através de Dom Orani Tempesta —, fiquei muito preocupada. E Dom Orani também! Ele me disse: ‘Fafá, controle-se’. E eu: ‘Vou ter que controlar o Papa?’ Quem sabia que o Papa Francisco podia fazer o que ele fez? Que ele sairia do papamóvel e andaria no meio da multidão? Ele usou essa graça muito especial. É uma pessoa muito especial, muito amiga, muito querida.”

Durante a participação em um evento com o Papa argentino, a cantora viveu uma das cenas mais marcantes. “E, de repente, subi a escadaria, passei pela procissão do Círio toda… Fiquei muito comovida, muito tomada. Meu sapato entrava no tapete, porque o carpete estava muito molhado. A capa era pesada, o vestido também, mas nada disso teve qualquer peso, qualquer importância.”

Ela descreveu o momento de encontro com Francisco com emoção. “Existia como se fosse uma barreira de luz, uma frequência vibratória tão poderosa. Atrás dela, aquele homem, absolutamente um de nós.”

Fafá também falou da autoridade amorosa do pontífice. “A doce autoridade. A doçura com autoridade de ser o papa, mas um anjo de tudo.”

Em outro momento da entrevista ao iG, a cantora refletiu sobre o impacto da figura de Francisco no mundo. “Ele traz de volta a humanidade e os que mais necessitam para os braços da Igreja.”

Ela elogiou a coragem do Papa. “Durante a doença dele, vi pessoas desejando que desencarnasse. Mas ele não temia. Continuava levando a mensagem do amor.”

Fafá ressaltou que Francisco não fazia distinções entre as pessoas. “Ele via o ser humano como humano. E essa é a grande revolução que ele causou no pensamento católico.”

A artista também criticou atitudes hipócritas dentro da religião. “Quem não tem a mão no coração não vai ter nunca. Mesmo que tente usar o nome de Deus ou a cruz no peito.”

No último encontro com Francisco, Fafá fez um pedido direto. “Ele segurou minha mão e olhou. Disse a ele: não deixe de olhar pela Amazônia.”

Morte do Papa Francisco

O papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, em Roma. O falecimento foi confirmado pelo Vaticano às 2h35 no horário de Brasília (7h35 local). Jorge Mario Bergoglio liderou a Igreja Católica por quase 12 anos.

Em nota oficial, o Vaticano afirmou: “O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja […] Recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”.

gente.ig.com.br

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