sábado, 23 de novembro de 2024
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Euforia e perrengues: fãs relembram 1º show da Taylor Swift no Brasil

A “The Eras Tour” marca a primeira vinda de Taylor Swift ao Brasil com uma grande turnê, com seis shows esgotados entre o Rio de Janeiro e São Paulo. No entanto, a cantora já esteve em terras brasileiras anteriormente. Em 2012, a artista fez uma breve passagem pelo país, marcada por entrevistas caóticas para divulgação do álbum “Red” e um pocket show.

O evento aconteceu no Rio e foi exclusivo para convidados, o que fez com que poucos fãs pudessem participar. O iG Gente conversou com pessoas que assistiram ao show há 11 anos e compartilharam os perrengues e desafios por um convite.

Kamilla conhece banda e troca ‘eu te amo’ com Taylor

Kamilla Koester percorreu uma grande distância para realizar o sonho, saindo de Florianópolis, em Santa Catarina, rumo ao Rio. Ela se considera fã desde o primeiro álbum de Swift, lançado em 2006, e conseguiu um convite para o pocket show por conta da dedicação à cantora. Na época, contribuía gratuitamente para o site de um fã clube e ganhou um ingresso do administrador da página.

“Foi uma experiência maluca. Nunca tinha saído da minha cidade, e de repente, eu estava em um avião, indo para uma cidade desconhecida com um monte de amigos virtuais, viver um dos maiores sonhos da minha vida”, relata. Kamilla conta que se sentia “muito sozinha” na adolescência e que via em Taylor um apoio para lidar com inseguranças na escola e a descoberta do câncer da mãe.

Koester diz que o clima entre os poucos fãs na apresentação era de “compreensão e companheirismo”, já que todos estavam felizes em compartilhar a experiência exclusiva. Ela lembra que “chorou demais” ao som de “Fifteen” e a cantora “levou a plateia à loucura” com “Love Story”. Kamilla descreve que a artista estava “chocada e maravilhada” com a reação dos fãs.

Sempre que cogita ser uma pessoa azarada, a fã de 30 anos lembra da sorte que teve por assistir ao show e vê o “humor mudar” ao pensar no impacto da experiência na vida. “Impactou minha vida de todas as formas, pois foi a primeira vez que eu estava por minha própria conta […] Me mostrou que consigo fazer as coisas, que sou capaz e todo sonho é válido e é passível de se cumprir”, avalia.

“Me fez ser mais fã dessa mulher que cresceu junto comigo, que viveu tantas coisas parecidas como as minhas vivências e que diferente de muitos artistas da indústria, que quando alcançam o patamar de superestrela deixam subir a cabeça. Ela soube ser pé no chão e sempre lembrar o que passou”, adiciona.

A sorte de Koester foi ainda maior por conseguir conhecer integrantes da banda de Swift na saída do espaço de shows no Rio. Ela destaca a simpatia dos músicos e cita um perrengue que passou após tirar fotos com o grupo. “De repente o meu telefone toca, era uma mensagem do nosso grupo falando que o ônibus estava saindo de lá e era o último para chegar em Copacabana [onde estava hospedada] naquele dia. Nunca corri tanto na vida. Conseguimos pegar o ônibus, pois nossos amigos ficaram enrolando para dar tempo da gente chegar”, compartilha.

A busca por Taylor nas movimentações pelo Rio ainda promoveu uma breve interação dela com a cantora na porta do hotel em que a norte-americana estava hospedada, em Copacabana. Kamilla estava com outros fãs no espaço e diz que a cantora teve uma preocupação com os fãs, já que enviou fotos autografadas para os admiradores e conversou com alguns deles durante as idas e vindas entre os compromissos.

Em uma das entradas de Taylor no hotel, Kamilla conseguiu trocar um “eu te amo” com a cantora. “Quando ela estava entrando no hotel, olhei para ela, dei um tchau e gritei ‘I love you’. Ela acenou de volta, mandou um ‘I love you too’ [também te amo]. Foi muito mágico, e mesmo que tenha durado 5 segundos, na minha mente é como se tivesse durado horas”, celebra.

Juan é eternamente grato à amiga – e a 
Paula Fernandes

Admirador de Taylor Swift desde a infância, Juan Jullian tinha a fama na escola por gostar da cantora e só conseguiu uma entrada para o evento por conta de uma amiga, que era fã de Paula Fernandes. A cantora sertaneja fez uma parceria com a norte-americana na música “Long Live” e estava confirmada no pocket show, o que mobilizou a amiga do “swiftie” a também lutar por convites.

“Participei de várias promoções de revista e sites, e não ganhei nada. Estava desesperado querendo ir. A Ana Beatriz [amiga] participou de uma promoção no site da Capricho, porque ela queria assistir Paula Fernandes. Ela ganhou e podia levar acompanhantes, sabia que eu era super fã da Taylor Swift e me convidou. Obviamente aceitei. A Ana Beatriz sempre vai ter um lugar reservado no meu coração por realizar esse meu sonho”, conta.

Além de estar na apresentação exclusiva por conta de Paula Fernandes, Jullian também elenca um dos momentos mais marcantes do show como a apresentação da sertaneja com Swift. “É uma das minhas músicas favoritas, então, é sempre uma emoção, porque é uma letra que ela fez para os fãs, uma grande ode a essa rede de amor e de afeto que ela constrói”, aponta.

“Ver uma artista brasileira com ela nesse lugar, de mãos dadas com ela… Tem um momento do show que ela levanta a mão da Paula Fernandes e é muito especial. A gente pôde sentir um pouquinho parte da construção da carreira da Taylor, estar ali frente a frente. Foi a primeira vez que fiquei frente a frente com uma referência, com um ídolo. É mágico, um momento que nunca vou esquecer”, completa.

Juan reconhece que a experiência também foi impactante para Swift e relembra que ela estava “surpresa e entusiasmada com o tamanho do amor e da euforia do fã brasileiro” na primeira vinda ao Brasil. A admiração pelo trabalho da cantora ainda impacta Jullian na vida profissional, já que ele assume se inspirar na artista para a carreira como escritor, do livro “Querido Ex” ao trabalho como roteirista em “Ritmo de Natal”, filme da Globo.

“Taylor foi a primeira pessoa que me mostrou como ser vulnerável e compartilhar suas experiências pode gerar uma conexão genuína com o outro. Porque são temáticas universais. O coração partido é universal, essas dores de crescimento são universais, você se sentir desconfortável na própria pele ou as suas ansiedades. Tudo isso é muito universal e todo mundo consegue se identificar”, avalia.

A promessa da tatuagem de Camilla

As composições de Taylor Swift também inspiraram Camilla Motta em um período difícil da vida da paulistana. Fã desde 2010, ela conta que passou por problemas familiares e pessoais após se formar no Ensino Médio e se apegou às músicas da cantora. Isso a inspirou a se expressar pela escrita e, consequentemente, a estudar Jornalismo.

Aos 18 anos, no primeiro ano da faculdade, Taylor anunciou o show no Brasil e Camilla se inscreveu em todas as atividades para tentar garantir a presença na atração. A jovem venceu um concurso de um fã clube com o tema “foto de colecionador”, em que precisava tirar fotos criativas para mostrar os itens que tinha relacionados à artista. Ela recriou o clipe da música “Mean” na proposta e ganhou os convites.

“Foi uma loucura. Botei na minha cabeça que eu ia e fui. Mobilizei todo mundo, foi um dia de semana bem doido […] Fui com a minha mãe de carro para o Rio de Janeiro. A gente nunca tinha ido para o Rio, nunca tinha pisado lá ou feito nada assim”, recorda. Motta saiu de Jacareí, no interior de São Paulo, até a capital carioca, uma viagem de cerca de cinco horas de carro.

O esforço valeu a pena e Camilla ficou a cerca de um metro de distância de Taylor no show. “Ela é maravilhosa, parece uma vela, de bonita e brilhante. O show tinha poucas pessoas, então deu para ficar bem próximo mesmo. Foi incrível. Foram 40 minutos e lembro que chorei e tremi o show inteiro”, expõe. A atual jornalista, aos 30 anos, relembra que fez uma promessa em forma de tatuagem para marcar a sorte na pele.

“Foi a sensação de que eu poderia realizar sonhos e realmente consegui sair daquela vida difícil que tinha [após o Ensino Médio], quando minha vida não tinha futuro. Sempre me fortaleceu ser fã dela […] Tinha feito promessa, de que se eu conseguisse ganhar [um convite], ia fazer uma tatuagem. Aí fiz uma tatuagem no pé, ‘Fearless’ [nome de um álbum de Taylor], que era para mostrar que mesmo nas adversidades e com todas as dificuldades, tinha que ser destemida para buscar os meus sonhos para ir atrás”, complementa.

+ Assista abaixo ao “AUÊ”, o programa de entretenimento do iG Gente:

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