A literatura infantojuvenil tem o poder de ajudar os pequenos a compreender emoções complexas e situações difíceis. Neste especial, apresentamos cinco obras que tratam de questões como identidade, luto e medo – cada uma com uma abordagem única. Através dessas narrativas, crianças e adultos podem encontrar conforto e reflexão, promovendo diálogos sobre assuntos essenciais para o crescimento emocional e social.
Chupim, de Itamar Vieira Junior
Chupim marca a estreia de Itamar Vieira Junior na literatura infantil. Antes do amanhecer, o pai chama Julim para despertar, levando-o pela primeira vez aos campos de arroz. Enquanto os trabalhadores dedicam suas vidas à terra, as crianças se divertem espantando os chupins. Mas qual é, afinal, o problema de um simples passarinho? Em coautoria com a artista plástica Manuela Navas , a obra explora a relação entre o cotidiano rural e a curiosidade infantil.
Julián é uma Sereia, de Jessica Love
Em uma viagem de metrô com a avó, Julián se encanta com um grupo de mulheres deslumbrantes, com cabelos vibrantes e vestidos em forma de cauda de sereia. De volta a casa, ele deseja se arrumar como elas, mas se preocupa com a reação da avó à sua bagunça e à sua identidade. O livro explora, de forma delicada, temas como amor, individualidade, apoio familiar e diversidade, recebendo prêmios, incluindo o da Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha.
O luto é um elefante, de Tamara Ellis Smith
O livro aborda a dor da perda de forma sensível, retratando como o luto, inicialmente pesado como um elefante, se transforma com o tempo em figuras mais suaves, como uma corça, uma raposa, uma ratinha e um vaga-lume. Com palavras de Tamara Ellis Smith e ilustrações de Nancy Whitesides , a obra reflete sobre como a tristeza pode diminuir e se transformar em lembranças carinhosas. É uma leitura reconfortante para crianças e adultos, ajudando a lidar com emoções difíceis e a entender um processo complexo.
O dia em que minha vida mudou por causa de um chocolate comprado nas Ilhas Maldivas, de Keka Reis
Mia tem um dia comum no sexto ano até que recebe um convite inesperado de Bereba, um amigo, junto com um chocolate Pura Magia, que traz lembranças do pai. Isso desencadeia uma série de situações engraçadas e confusas enquanto ela navega pelas incertezas da pré-adolescência. A confusão aumenta com a mudança de dinâmicas entre os amigos e a pressão do crescimento, levando Mia a se perguntar como responder ao bilhete e como lidar com essas novas emoções.
E foi assim que eu e a Escuridão ficamos amigas, de Emicida
No segundo livro infantil de Emicida , o autor explora a relação entre medo e coragem. A história apresenta uma menina que teme a escuridão e, ao anoitecer, é consumida pela preocupação. No entanto, ela não percebe que a Escuridão também é uma menina, que teme a luz do dia. Com uma narrativa poética e ritmada, o autor, em parceria com o ilustrador Aldo Fabrini , revela que enfrentar nossos medos pode resultar em transformações profundas e inesperadas.