segunda-feira, 9 de junho de 2025

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Erika Hilton rebate críticas após conversa com Oruam nas redes

A deputada Erika Hilton rebateu nesta segunda-feira (9) críticas sobre uma interação com o  rapper Oruam nas redes sociais. A deputada federal explicou que não convidou o artista para entrar em nenhum partido e apenas sugeriu caminhos de organização popular contra abusos de autoridade.

Erika afirmou em uma publicação no X, antigo Twitter, que tentou orientar o cantor a se aproximar de movimentos sociais com atuação nas periferias.

Minha sugestão é que você se conecte com quem já constrói essa luta há anos ”, escreveu.

A discussão começou no domingo (8), quando Oruam publicou um desabafo sobre violência policial. O rapper questionou como poderia se mobilizar para representar a população de forma mais efetiva. A fala surgiu após a morte de um jovem durante uma operação em uma comunidade do Rio de Janeiro.

Parlamentar defende organização popular contra abusos

Erika respondeu ao questionamento com um conselho sobre engajamento coletivo. “ Não existe saída individual pra problemas que são estruturais ”, alertou. Em seguida, indicou nomes e coletivos que atuam nas favelas com foco em direitos humanos.

Na mesma mensagem, a deputada reforçou a importância da ação direta e da construção coletiva. “ Tudo isso é organização popular. É fazer revolução com o pé no chão ”, escreveu. A parlamentar também se colocou à disposição: “ Se quiser construir junto, tô por aqui. De verdade. Estamos juntos ”.

Após a interação, internautas criticaram Erika e sugeriram que havia intenção de atrair o rapper para fins políticos. A deputada negou. “ Não houve convite. Houve acolhimento e incentivo para que ele conheça quem já luta por transformação de verdade ”, declarou.

Ela continua: ” Conversei porque ele prestou apoio à família de uma vítima da PM. Porque foi protestar ao lado de uma comunidade que foi atacada a tiros por fazer uma festa junina. Porque ele queria saber como se organizar politicamente.

A parlamentar ainda afirma: ” Se os filhos fossem responsáveis pelos crimes dos pais, metade dos gays do Brasil estariam presos por homofobia “. 

Algumas críticas à deputada era sobre discursos homofóbicos do cantor. Erika disse: ” Assim como falei que Poze do Rodo não deveria ser tratado daquela forma pela polícia. Não falei, em nenhum momento, que passo pano pras suas falas transfóbicas e homofóbicas.

Mas Oruam e Poze não estão sendo atacados pela extrema-direita por falas misóginas e LGBTFóbicas. Estão sendo atacados pelas letras de suas músicas em uma campanha que visa discriminar, desumanizar e assim justificar a violência contra o povo pobre, negro e das favelas .”

Ela aponta: ” Apenas falei que, se for do interesse dele, ele pode conhecer gente que está muito próxima da realidade dele, e faz cotidianamente, de forma organizada, o que ele fez ao protestar contra a violência da PM. […] Mas, como deputada, tenho uma responsabilidade com a promoção da dignidade humana para TODAS as pessoas desse país, afinal, é esse o objetivo existencial da nossa Constituição. Se Oruam — que, apesar de todos os pesares, tem uma legião de fãs e 11 milhões de ouvintes mensais — puder ajudar a promovê-la, falar dos direitos de populações marginalizadas, ótimo.

Erika Hilton é uma das vozes mais ativas do PSOL no Congresso. A atuação da deputada é marcada por pautas ligadas aos direitos das populações negras, periféricas e LGBTQIAPN+

Veja a fala completa da deputada

Se os filhos fossem responsáveis pelos crimes dos pais, metade dos gays do Brasil estariam presos por homofobia.

Não conversei com Oruam ontem por ser fã, por apoiar suas falas misóginas, seu pai ou seu tio.

Conversei porque ele prestou apoio à família de uma vítima da PM. Porque foi protestar ao lado de uma comunidade que foi atacada a tiros por fazer uma festa junina. Porque ele queria saber como se organizar politicamente.

Assim como falei que Poze do Rodo não deveria ser tratado daquela forma pela polícia. Não falei, em nenhum momento, que passo pano pras suas falas transfóbicas e homofóbicas.

Mas Oruam e Poze não estão sendo atacados pela extrema-direita por falas misóginas e LGBTFóbicas. Estão sendo atacados pelas letras de suas músicas em uma campanha que visa discriminar, desumanizar e assim justificar a violência contra o povo pobre, negro e das favelas.

Inclusive, uma liderança dessa extrema-direita usou o caso Poze do Rodo pra falar abertamente em matar um trabalhador pelo simples fato dele ser favelado e fã do Poze.

Mas, pelo jeito, essa campanha tem tido um certo sucesso inclusive em gente autodeclarada de “esquerda”.

São pessoas que surtam com a possibilidade de acharem que estão “defendendo bandidos”. E, pra garantir que não serão descritas dessa forma, aceitam que passem por cima dos direitos, das prerrogativas legais e das vidas de 50% da população desse país.

Oruam não foi convidado pra entrar em partido, pra ir em reunião de conjuntura ou vestir determinada camisa. E pessoas com ligações a facções criminosas já estão na política, aliás, não pelas mãos da esquerda.

Apenas falei que, se for do interesse dele, ele pode conhecer gente que está muito próxima da realidade dele, e faz cotidianamente, de forma organizada, o que ele fez ao protestar contra a violência da PM.

E eu não sou a responsável por investigar as acusações contra Oruam e suas falas horrendas. Elas já foram alvo de Boletim de Ocorrência.

Mas, como deputada, tenho uma responsabilidade com a promoção da dignidade humana para TODAS as pessoas desse país, afinal, é esse o objetivo existencial da nossa Constituição.

Se Oruam — que, apesar de todos os pesares, tem uma legião de fãs e 11 milhões de ouvintes mensais — puder ajudar a promovê-la, falar dos direitos de populações marginalizadas, ótimo.

Estou junto de qualquer pessoa que busque fazer melhor, fazer algo de positivo por quem é cotidianamente massacrado e assassinado pelo Estado.

Porém, não é sobre Oruam ou Poze a minha luta. É pelos direitos que são cotidianamente negados às parcelas marginalizadas da nossa população.

E sim, muitas vezes, uma parcela nega o direito de outra. Muitas vezes o favelado reproduz LGBTfobia, e muitas vezes o LGBT fala como se todo favelado fosse bandido.

Mas o plano da extrema-direita é que esses direitos sejam negados a todas essas populações, ao mesmo tempo, pelo próprio Estado. Inclusive o direito à vida de pessoas negras e de pessoas LGBTQIA+.

E, pra atingir esse objetivo, a extrema-direita vai falar o que quiser, de uma forma ou de outra.

Afinal, essa gente está falando que defendemos bandidos desde que os abolicionistas iam na justiça conquistar a alforria de escravos fugidos.

Aos especialistas de cálculo eleitoral fictício, fica o questionamento: vocês acham mesmo que teremos alguma chance se as favelas e juventudes ficarem nas mãos do próximo Marçal?

Por fim, se vocês querem concordar com essa gente, concordem. Mas não mascarem esse racismo como virtude ou preocupação social.



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