sexta-feira, 2 de maio de 2025

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Entrevista com Detonautas no Capital Moto Week: "A música é uma ferramenta para o diálogo"

Detonautas
, uma das bandas de maior notoriedade nos anos 2000 no rock nacional, concedeu uma entrevista exclusiva a esta coluna
para falar sobre sua participação no festival Capital Moto Week
, que aconteceu na última semana em Brasília
(DF) e como eles observam a mudança de público em seus shows, onde os jovens ganharam notoriedade
, a exemplo do evento na capital federal.

Um dos últimos trabalhos do Detonautas
, o álbum
20 Anos Acústico

, lançado no ano passado pela Sony Music
, contou com um repertório recheado de sucessos da banda, além de convidados especiais como Badauí
do CPM 22,
Lucas Silveira
do
Fresno
, Di Ferrero
do NX Zero
, além do Grupo Cultural AfroReggae
.

Neste trabalho, a banda liderada por Tico Santa Cruz
realizou um trabalho para alcançar o público jovem, retrabalhando seus arranjos no que considera o vocalista que “é muito importante os jovens tenham esse lugar de destaque em nossa plateia”,
mas frisa firmemente que a banda sempre estará criando algo novo “porque o Detonautas não se apega a seu passado”.

Confira a entrevista:

IG:
O Capital Moto Week está trazendo um público diferente sendo notável a presença de muitos jovens por aqui. Como uma banda consagrada, vocês acreditam que pode ser uma oportunidade para que os jovens conheçam melhor sua obra como uma forma de ressignificá-la para o mercado atual?

Tico Santa Cruz:
Cara é essencial, fundamental que tenhamos a galera jovem nas nossas plateias, de modo geral, porque são eles que obviamente vão receber de geração para geração o contéudo que trabalhos desde quando eramos jovens, com 20 e poucos anos. O rock me pegou quando eu tinha 7, 8 anos por causa da rádio, quando se tocava muito rock brasileiro. Se marcou a todos nós, acredito que marque também a galera mais jovem que está em contato com os nossos shows, oxigenando a cena”.

IG:
Em 2023 vocês lançaram um álbum acústico e é perceptível o trabalho que vocês tiveram, um trabalho cuidadoso, esteticamente no que se diz respeito à musicalidade de vocês de revisitar a obra, mas neste álbum, as canções parecem terem sido preparadas justamente para o público jovem. Vocês seguiram esse caminho?

Tico Santa Cruz:
“A gente mira sim no público jovem. Sem dúvida nenhuma. É claro que somos acompanhados por um geração que veio crescendo com o Detonautas que também já tem filhos, que já casou, que tem uma outra forma de se estabelecer no mundo e vemos pais e filhos curtindo os nossos shows e até tendo o Detonautas como uma trilha sonora em casa, isso é nítido, muito claro para a gente. Mas é importante que também possamos chamar a atenção dessa galera pela música, mas também pelo o que temos que conversar com eles, em relação ao mundo, como encaramos o trabalho, a nossas famílias, a maneira como nos relacionamos com as pessoas, então é muito importante os jovens tenham esse lugar de destaque em nossa plateia, que a gente através da nossa música possamos trazê-los pra perto com as música antigas, mas também com as músicas novas que continuamos criando porque o Detonautas não se apega a seu passado”.

Fábio Brasil:
“E é engraçado isso né, porque a gente se refere à “música antiga”mas para quem está ouvindo hoje, bateu hoje né? Então a música não tem essa coisa da validade, tanto que a gente ainda se emociona com músicas super antigas, de outras épocas, que continuam passando de geração para geração …”

IG:

É o apelo delas …

Fábio Brasil:
“É. Eu acho que a força da obra está aí. É quando a gente consegue ultrapassar as gerações. Já estamos com há 27 anos de banda, 20 anos do primeiro álbum, então a gente já percebe o movimento de novas gerações aparecendo

nos shows. Pode ser o pai levando o filho, o primo mais velho que mostrou as nossas músicas e a nossa obra acaba caindo no cancioneiro popular. A gente que está na banda nem percebe tanto isso porque estamos no dia-a-dia. Mas com o tempo passando, a percepção muda”.

IG:
Na literatura do Detonautas, é sempre claro e sempre flagrante, a preocupação da banda com questões sociais. Isso sempre foi um norte de vocês. Esse fator vai continuar norteando os caminhos do Detonautas.

Tico Santa Cruz:
“Sempre que necessário, estaremos influenciados pelo o que acontece no planeta. Isso vai bater de alguma maneira em nossas composições, em nossas reflexões e, óbvio, a gente entende que a música é uma ferramenta muito importante para dialogar as questões do universo, sejam elas sociais, políticas, românticas, filosóficas, existenciais, de qualquer natureza. Então, é através da música que a gente consegue acessar o coração das pessoas. E pelo menos ali apresentamos uma semente de reflexão que serve para a gente também. Então, estamos atento a tudo que está acontecendo e que isso de alguma maneira seja retratado nas músicas para que possam ganhar o vento e chegar nas pessoas”.

Fonte

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