O ator e comediante Eduardo Sterblitch recordou o início da carreira no Pânico e confessou se envergonhar da passagem no programa da RedeTV que depois migrou para a Band. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (16), o ator relembrou piadas de cunho homofóbico, racista e machista e apontou ‘ignorância artística’.
“Eu tenho vergonha dos crimes que provavelmente cometi ali dentro. Era um outro mundo. Tenho vergonha da minha ignorância artística. Era moleque”, disse à Veja.
Eduardo Sterblitch viveu o auge do Pânico e soube impulsionar a carreira para outros projetos fora do programa de Emílio Surita.
“Entrei no Pânico com 17 anos, não tinha nenhuma responsabilidade social, do que representava, da minha responsabilidade enquanto artista. Era muito mais egoísta, muito fascista nesse lugar, como uma pessoa jovem”, refletiu ele.
O ator aponta que a maturidade lhe deu a percepção que tem hoje. “Fui aprendendo com a vida adulta, não só com o mundo mudando. Piadas homofóbicas, racistas, misóginas, que a gente não percebia”.
Ainda na conversa, ele também revelou que se questiona se feriu alguém com as falas preconceituosas. “Não sei o que gerei de dor, às vezes tem uma piada que ninguém nem lembra que fiz, mas que pode ter machucado alguém. Desculpa”, pediu.
Nesses últimos anos, o debate sobre o limite do humor ganhou mais notoriedade após humoristas serem responsabilizados por discurso de ódio. Segundo Eduardo Sterblitch, o papel do humor não é servir de canal para potencializar discursos preconceituosos.
“A gente não está aqui para isso, mas sim para provocar, divertir, às vezes até mesmo insultar, mas sempre tudo no divino, no artístico”, refletiu.