Neste sábado (4), o ator Diogo Vilela, de 67 anos, relembrou dos bastidores inusitados de uma das peças mais marcantes da carreira. Trata-se de “Ensina-me a Viver”. Ao longo de uma das sessões, a colega de cena, Henriette Morineau, infartou nos braços do intérprete.
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Durante participação no “Conversa com Bial”, ele detalhou o caso. “Henriette Morineau teve um infarto em seus braços, em cena também, não é?”, questionou o apresentador. O intérprete confirmou e acrescentou que ela própria pediu para que ele não interrompesse o espetáculo.
“É e ainda disse: ‘não para’.”, lembou Vilela. “No final da peça, a personagem morria. A grande cena é a morte dela e terminava comigo tocando um banjo. Eu vi que ela ficou cheia de gotas de suor no buço. Ai eu falei: ‘madame’. E o público afastado”, prosseguiu.
Segundo ele, profissionais da saúde foram acionados para socorrê-la. “Tinha um médico e uma enfermeira fazendo assim para mim [pedindo para terminar a peça]. Eu falei, ela só ia suspirar e morrer, por que eu ia parar? Eu vi que ela queria morrer em cena. Inclusive, achei maravilhoso. Uma baita cena, a pessoa morre de verdade, fiquei louco, achei lindo e não parei”, brincou.
Saiba mais
Após a situação, a intérprete foi encaminhada a um hospital e se recuperou. Em 1990, aos 82 anos, morreu depois de uma parada cardíaca. Antes disso, já havia sido diagnosticada com uma isquemia cerebral.
Premiada pela trajetória como intérprete teatral, nasceu na França. A mudança para o Brasil ocorreu em 1931, quando se casou com um ex-combatente francês. A estreia dela nos palcos brasileiros foi em 1949, época em que já tinha aprendido a falar português com fluência.
Outros assuntos
Além do caso inusitado que protagonizou com Henriette Morineau, Diogo Vilela também refletiu sobre o envelhecimento. “Todo dia [me olho no espelho], porque quando eu era novo eu fazia muito velho, já fiz velho de 90 anos em peça de várias esquetes. Aí eu fico assim: ‘Será que eu vou ter que representar um velho quando eu for velho?.”, questionou.
“Fico naquela loucura, porque eu fico vendo a passagem do tempo que é inexorável e a gente tem que aceitar de uma maneira, mas tem coisas legais também”, concluiu na atração de Pedro Bial.