Uma das figuras mais marcantes do cinema americano, Diane Keaton morreu neste sábado (11), aos 79 anos, na Califórnia, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pela revista People. Segundo a publicação, a atriz faleceu cercada pela família, que, por meio de um porta-voz, pediu privacidade neste momento difícil. A causa da morte não foi divulgada.
Vencedora do Oscar e símbolo de autenticidade em Hollywood, Diane construiu uma carreira de mais de cinco décadas, marcada por papéis icônicos e por uma personalidade que nunca se encaixou nos moldes tradicionais da indústria. Fora das telas, viveu com a mesma coerência com que interpretava seus personagens: escolheu permanecer solteira e criou sozinha seus dois filhos adotivos, Dexter e Duke.
Uma vida de escolhas firmes
Em diversas entrevistas, Diane Keaton deixou claro que o casamento nunca fez parte de seus planos. Em 2023, disse com humor que não namorava havia mais de 15 anos e que estava “muito feliz assim”.
“Acho que sou estranha”, afirmou em tom leve.
“Não acho que teria sido uma boa ideia me casar, e estou muito feliz por não ter feito isso.”
Embora tenha se relacionado com nomes como Al Pacino, Woody Allen e Warren Beatty, a atriz sempre viu o amor sob uma ótica pessoal, distante de convenções.
“Eu precisava de algo mais maternal” , declarou certa vez, ao explicar sua decisão de adotar.
Maternidade tardia, mas essencial
Aos 50 anos, Diane decidiu que era hora de viver uma nova experiência: a maternidade. Em 1996, adotou Dexter, então com poucos meses de vida. Cinco anos depois, em 2001, deu as boas-vindas a Duke. Ambos cresceram em Los Angeles, longe das câmeras e da vida agitada de Hollywood.
“Eles não se interessam pelo que eu faço, o que acho muito saudável”, disse a atriz à People em 2007.
“Vivemos uma vida relativamente normal — bem, mais ou menos normal.”
Dexter, hoje com 29 anos, estudou tecnologia veterinária e se casou em 2021 com o piloto Jordan White, em uma cerimônia íntima no Havaí. Já Duke, de 25, apaixonou-se pela fotografia ainda na infância, e Diane frequentemente compartilhava registros dele em suas redes sociais.
Em entrevistas, a atriz costumava destacar que ser mãe transformou completamente sua forma de ver o mundo.
“Tudo o que você faz como mãe é se preocupar — mas sem deixar os filhos saberem disso” , confidenciou à revista Life.
Ícone do cinema e da autenticidade
Com seu estilo inconfundível — ternos elegantes, chapéus de aba larga e uma presença magnética —, Diane Keaton se tornou uma das artistas mais admiradas de sua geração. Ganhou o Oscar de Melhor Atriz por “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977), parceria com Woody Allen, e foi indicada outras três vezes à estatueta. Também brilhou em produções como “O Poderoso Chefão”.
Mais do que uma estrela, Keaton foi símbolo de autenticidade. Nunca teve medo de envelhecer diante das câmeras nem de mostrar suas excentricidades com humor e leveza. Em um mundo que costuma pressionar mulheres a se adequarem, ela preferiu viver à sua maneira — elegante, livre e coerente com suas próprias regras.