Cristiana Oliveira revelou que enfrentou uma depressão há três meses e venceu a doença. Prestes a completar 60 anos, a atriz contou como está sua fase pessoal e profissional: “Trabalho todos os dias para que tudo corra bem e, dentro de mim, sei que vai. Deixa fluir, Deus sabe o que faz”.
“Estou cheia de vida, me cuidando ainda mais, estou feliz, com projetos. Estou numa fase tão boa quanto já estive aos 40, 30, 20. Estou falando de cabeça, estou ativa, dinâmica. O que me fez perceber foram as rugas e o corpo, que já não é o mesmo. O que mais me incomoda é o funcionamento, a dificuldade de movimentar o meu corpo. Tenho fibromialgia desde os 20, tenho artrose no dedo, um pouco nos joelhos. Então, penso que agora tenho que me limitar mais fisicamente”, admitiu à Caras.
“Não sou uma pessoa que vibra demais com as coisas, sou mais equilibrada. Tudo que é demais, quando você sobe e cria expectativa, a queda é mais dolorosa. Sou mais realista, mas continuo com planos para o futuro, por mais que eu não saiba o que vai acontecer nem daqui a 10 minutos. Vivo intensamente o meu presente”, acrescentou.
Em relação ao futuro, Cristiana ressaltou que se preocupa com suas filhas, neto e profissão: “Óbvio que me preocupo com o futuro, porque tenho duas filhas, um neto, então a gente quer estar bem. Quero viver da minha profissão, ser atriz é atemporal, posso permear por todas as idades e a arte seguirá dentro de mim. Percebo que tenho as minhas fases, elas são muito bacanas, mas também há momentos ruins. Eu saí de uma depressão muito séria”.
“Tem três meses mais ou menos. Eu estava numa crise de depressão e de ansiedade forte, chorava praticamente todo dia, era um aperto no peito, uma angústia, que eu não entendia o porquê. E, ao mesmo tempo, percebia que não era uma coisa só externa, que era química. Tive que procurar um médico especialista para fazer exames, para ver o que estava acontecendo comigo”, revelou.
“Não fiz terapia! Não porque eu não quis, acho supernecessário, e super apoio minhas filhas a fazerem, mas acabei me tratando com a parte medicamentosa. Eu percebi que era químico porque não tinha fatores externos me afetando. Em outras situações da vida, perdi minha mãe, meu pai, três irmãos, vivi momentos profundos de dor, mas não estava deprimida”, disse.
“E, desta vez, não tinha motivo nenhum, então percebi que precisava de um equilíbrio medicamentoso. Abri mão de uma pessoa que sempre foi pela base dos exercícios, terapias naturais e trabalho de respiração de yoga, que continuo fazendo, mas vi que era um desequilíbrio químico. Eu entrei na menopausa aos 52 e nunca tinha feito reposição hormonal. Comecei a fazer agora e descobri que não era só químico, era hormonal também”, afirmou.
“A partir do momento que eu consegui equilibrar a parte química do meu cérebro e a parte hormonal, eu comecei a melhorar. Mas foi um período muito duro, o meu marido foi meu grande apoiador nessa fase (…) É doido, é a consciência da finitude. Acho que tenho uns 20, 30 anos, porque os outros já passaram, faz parte da minha história, mas já foram. Me assusto com o número, mas vejo o quanto estou saudável agora, com vontade de fazer as coisas. E ainda sou uma mulher bonita, né? E mesmo que não fosse, porque é importante a gente se sentir bem com a gente mesmo. A maturidade me dá tranquilidade e equilíbrio”, garantiu.
“Eu não tenho mais medo. Passei muito tempo na minha vida preocupada com que os outros pensavam de mim, hoje não estou nem aí! Não sou uma pessoa dada a polêmica, não gosto de chamar atenção. Tem gente que pensa ‘falem mal, mas falem de mim’. Eu prefiro que não fale nem mal, nem bem, me deixa quieta (risos). Apesar de eu ser uma pessoa pública, de fazer um trabalho para o público, que sempre trato com carinho, tem momentos que sei que, como ser humano, eu mereço estar mais
afastada”, contou.
“Agora, a partir do momento que me exponho, estou suscetível à opinião dos outros. A maturidade é muito bacana, mas as pessoas ainda estão ligadas nessa coisa da beleza, da juventude, da magreza e da riqueza. Passei a vida inteira com essa mania de ser magra, já fiz loucuras, as dietas mais malucas, tomei remédio para emagrecer e não adianta ter radicalismo. Tem que ter disciplina, mas se permita certas coisas, porque senão, a gente não vive. A gente fica refém e escravo do corpo, da juventude, da magreza e se frustra. Tenha saúde, trabalhe seu autoconhecimento, o lado espiritual, se entenda. Isso deixa a gente em um prumo tão bacana”, concluiu.
*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko