segunda-feira, 16 de junho de 2025

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Algohits chega a 2 anos inovando o mercado musical independente

A Algohits é uma startup que, desde o início, se propôs a desafiar os modelos engessados do mercado musical digital.

Longe de seguir os passos de plataformas de recomendação algorítmica que moldam artistas às tendências, a empresa aposta na personalização, autonomia criativa e construção de audiência com inteligência de dados. E agora, ao completar dois anos de trajetória, a empresa se firma como um hub de inovação e vanguarda no setor.

O grande diferencial da Algohits está em seus algoritmos proprietários voltados à performance de campanhas publicitárias, e não ao ranqueamento genérico de artistas:.

“Enquanto os gigantes do streaming buscam padronizar gostos, a gente trabalha para encontrar o público certo para a verdade artística de cada banda. Não queremos criar tendências — queremos amplificar vozes”, afirma Moises Bekerman, CEO e fundador da empresa.

A inteligência artificial da Algohits atua em uma lógica oposta à de players como Spotify ou TikTok. O foco está na leitura de parâmetros musicais — como mood, peso e dançabilidade — para criar conexões genuínas com ouvintes já engajados em universos similares. Isso garante mais assertividade nas campanhas de mídia e evita a pasteurização do som autoral.

Em vez de competir no mesmo terreno que os algoritmos de recomendação, a empresa oferece um modelo de marketing baseado em dados de engajamento real, como cliques em pre-saves, vendas de merch e navegação em sites de artistas. Com isso, a Algohits se coloca como uma aliada do underground — segmento historicamente invisibilizado pelas estruturas dominantes.

A proposta de vanguarda vai além da inteligência algorítmica. Desde 2023, a Algohits tem explorado o uso de blockchain e NFTs para garantir direitos autorais e criar experiências digitais exclusivas. Um dos primeiros experimentos foi uma plataforma que permitia a compra de NFT’s em reais — sem necessidade de criptomoedas ou carteiras digitais.

A iniciativa, lançada com a banda mineira Devise, mostrou um caminho possível para democratizar o acesso à web3, que representa a terceira geração da internet, focando na descentralização e no controle do usuário sobre seus dados e interações.

“Criamos uma ponte acessível entre o artista e o fã, sem exigir que o público vire expert em blockchain. Foi um passo pioneiro, talvez até à frente do tempo, mas que mostra o quanto estamos atentos ao futuro da indústria”, destaca Bekerman. A empresa já planeja relançar essas funcionalidades quando o mercado mostrar maior maturidade.

Entre os projetos em desenvolvimento estão meet & greets virtuais com propriedade digital fracionada, experiências gamificadas e até uma DAO(Organização Autônoma Descentralizada) para que fãs e artistas compartilhem decisões sobre produtos, shows e estratégias: “Queremos empoderar o público, tornar o fã parte ativa da trajetória do artista”, diz o CEO.

A estrutura física da Algohits em São Paulo também merece destaque. A sede funciona como uma casa de criação musical, com estúdios de gravação, ensaio, produção audiovisual, salas de brainstorm e squads de marketing. O espaço abriga residências artísticas e incubação de bandas em diferentes estágios de carreira, gerando sinergias criativas e um ambiente fértil para inovação.

“É comum termos uma banda ensaiando enquanto outra faz um photoshoot para uma nova coleção de merch, e uma terceira está em reunião de lançamento. Esse convívio criativo é o motor da Algohits”, explica Bekerman. A ideia de expandir esse modelo para outras cidades brasileiras, como Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre, já está no radar — inicialmente por meio de iniciativas itinerantes.

Merch como manifesto: a estratégia da Algohits para fortalecer artistas e conectar fãs com autenticidade

Outra frente em que a Algohits avança é o merchandising como expressão artística e fonte de receita real para músicos independentes. A empresa já colaborou com nomes como Cynthia Luz, Dead Fish e Pense para criar coleções exclusivas em parceria com designers e ilustradores urbanos. E mais: o compromisso com a sustentabilidade é levado a sério.

“Nós trabalhamos com fornecedores que utilizam algodão de reflorestamento e combatemos práticas de trabalho análogo à escravidão. Não é uma bandeira de marketing, é um valor da empresa”, reforça o CEO.

As peças de vestuário, mais do que produtos, funcionam como pontos de contato emocional com os fãs e ferramentas de curadoria artística.

O planejamento futuro inclui o lançamento de uma marca própria de lifestyle urbano, com coleções limitadas, perfumes e colaborações com artistas visuais da cena independente. Algumas dessas marcas já estão prontas para serem lançadas, aguardando apenas o momento certo de mercado.

Esse cuidado com o branding também se reflete na forma como a Algohits analisa o comportamento de seu público. Com dados oriundos de múltiplas fontes — plataformas de streaming, interações em campanhas, vendas de produtos —, a empresa cria campanhas dinâmicas adaptadas ao momento de carreira de cada artista, personalizando a jornada de forma precisa.

Mesmo com toda essa base tecnológica, a Algohits não descarta o valor da escuta sensível. A percepção da comunidade — especialmente a dos próprios artistas — é um dado essencial no processo de tomada de decisão: “A escuta ativa é feita no contato direto com quem cria. Os artistas conhecem o público deles como ninguém. Nossa função é traduzir isso em estratégia e resultado”, explica Bekerman.

Ao completar dois anos, a Algohits mostra que é possível conciliar arte e inovação sem abrir mão da autenticidade. Mais do que uma empresa, ela se posiciona como uma plataforma de resistência criativa e construção de novos futuros para o mercado musical independente.

E seu crescimento aponta que há, sim, demanda por soluções que coloquem o artista — e não os algoritmos — no centro da narrativa.

gente.ig.com.br

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