sábado, 5 de outubro de 2024
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Além de “Ainda estou aqui”, dois filmes brasileiros foram premiados no Festival de Veneza

A última edição do Festival de Veneza foi um marco para o Brasil. O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, conquistou o prêmio de Melhor Roteiro, e duas outras produções brasileiras também foram premiadas.

O documentário “Alma do Deserto”, de Mônica Taboada-Tapia, ganhou o Queer Lion, um prêmio destinado a destacar filmes que abordam questões de diversidade sexual e de gênero, promovendo maior visibilidade para obras que exploram temas LGBT+. O filme conta a história de Georgina, uma mulher trans da etnia Wayúu, que luta para recuperar seus documentos de identidade perdidos em um incêndio criminoso provocado por vizinhos hostis. Sem esses documentos, Georgina não pode exercer direitos civis essenciais, como o direito de votar. Sua jornada de resiliência e coragem visa restaurar sua identidade e garantir seus direitos fundamentais na Colômbia. O filme é uma coprodução Brasil-Colômbia.

“Sua vida real [de Georgina Epiayú] foi a semente de uma jornada cinematográfica de oito anos. Não é apenas uma história inspiradora e esperançosa para a comunidade LGBTIQA+ ou para aqueles que se identificam com o queerness, mas também nos ajudou a mergulhar no âmago de uma parte da comunidade Wayúu que a Colômbia desconhece e que não podemos continuar ignorando porque apela ao nosso sentido de humanidade. O filme pode ressoar com o espírito de muitas pessoas em diferentes lugares do planeta. Ganhar o ‘Queer Lion’ nos dá uma visibilidade que pode ajudar a gerar mudanças positivas nas crenças de muitas pessoas de diferentes públicos, também por meio da conexão emocional, e isso é uma grande oportunidade,” afirmou a diretora Mônica Taboada-Tapia. O documentário será lançado nos cinemas brasileiros ainda este ano.

Manas Festival de Veneza/divulgação

O filme “Manas”, o primeiro longa-metragem de ficção de Marianna Brennand, recebeu o Director’s Award na Giornate Degli Autori, prêmio que prestigia o cinema independente e de autor. O filme gira em torno de Marcielle, uma jovem de 13 anos da Ilha do Marajó (PA), que enfrenta a dura realidade de suas perspectivas futuras limitadas. Influenciada pela resignação da mãe e pela idealização da irmã ausente, ela decide desafiar a violência que domina sua família e comunidade. O longa conta com um elenco que inclui amilli Correa, Fátima Macedo, Rômulo Braga, Dira Paes, Emilly Pantoja, Samira Eloá, Enzo Maia, Gabriel Rodrigues, Ingrid Trigueiro, Clébia Souza, Nena Inoue e Rodrigo Garcia.

“Estou transbordando de felicidade e emoção. Esse prêmio é importante para mim como diretora, para toda a equipe brilhante que fez esse filme, para todas as ‘manas’ do Pará, do Brasil e do mundo. E é um prêmio que eu recebo em nome do nosso cinema brasileiro; ele representa nossa força, nossa verdade, nossa ousadia e coragem em resistir, assim como nossa protagonista resiste e reage bravamente,” celebrou Marianna Brennand.

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