A Santa Casa de Campo Grande anunciou a restrição dos atendimentos na ala de pediatria do hospital devido à superlotação. A medida foi tomada após o esgotamento da capacidade da área vermelha, que concentra os casos mais graves, principalmente de crianças acometidas por doenças respiratórias. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, restam apenas três vagas nessa ala, enquanto cinco pacientes já estão intubados. Além disso, não há mais bicos de oxigênio disponíveis para atender novos casos.
A situação se repete na área verde, destinada a casos menos críticos, onde há 12 crianças internadas em apenas sete leitos disponíveis. Diante do cenário, o hospital não tem previsão para retomar o atendimento normal na pediatria.
No pronto-socorro geral, a Santa Casa segue operando no limite da capacidade, enfrentando superlotação e falta de insumos, embora os demais setores do hospital já tenham retomado o atendimento dentro da normalidade. “Os demais atendimentos já voltaram à normalidade e seguimos empenhados em garantir assistência médica à população dentro das condições disponíveis”, informou a assessoria em nota.
A crise enfrentada pela instituição está diretamente ligada à sua delicada situação financeira. Desde o anúncio da suspensão dos atendimentos no pronto-socorro, o tema tem sido discutido em audiências públicas na Câmara Municipal. Em uma das reuniões, a presidente do hospital, Alir Terra Lima, revelou que o déficit mensal da Santa Casa gira em torno de R$ 13 milhões — valor que, segundo ela, desconsidera as emendas parlamentares, classificadas como recursos pontuais e insuficientes para manter a estrutura em funcionamento regular.
Campanha
Para tentar levar dinheiro e fugir da crise financeiro, o hospital está em andamento com a campanha “Juntos Pela Vida – Sua Contribuição Salva!” que já arrecadou até o momento R$ 357.997,81 mil. O valor será destinado à reforma do pronto-socorro da instituição. Prevista para ser concluída em 90 dia, a meta é alcançar R$ 1,8 milhão. O recurso trará melhorias estruturais e otimização dos atendimentos à população.
Além de atender moradores de Mato Grosso do Sul, o hospital é referência em várias especialidades e recebe pacientes de países vizinhos, como Paraguai e Bolívia. As obras incluem modernização da estrutura, climatização dos espaços e reorganização do fluxo de atendimento.
A campanha também evidencia os desafios enfrentados pela superlotação e a escassez de insumos. Para facilitar a participação da população, foi disponibilizado um QR Code exclusivo para doações, além da chave Pix oficial [email protected].