A paralisação do transporte coletivo em Campo Grande entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (17), apesar de decisão da Justiça do Trabalho que determinou a retomada da circulação dos ônibus sob pena de multa diária de R$ 200 mil. Minutos após a audiência, motoristas e cobradores decidiram manter a greve, iniciada na segunda-feira (15) por atraso no pagamento de salários.

A ordem judicial previa a recomposição parcial do serviço ao longo do dia, com percentuais variáveis de frota em operação nos horários de pico e fora deles. Na segunda-feira, o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região já havia fixado multa menor, de R$ 20 mil, e estabelecido circulação mínima. Ainda assim, a categoria manteve a paralisação, e nenhum veículo saiu às ruas também na terça (16).

Pelo cronograma definido na decisão mais recente, a frota deveria operar com 70% entre 6h e 8h30, 50% das 8h30 às 17h, 70% das 17h às 20h e 50% após esse horário. O entendimento do sindicato é que a execução desse plano inviabiliza a continuidade do movimento.

O presidente do STTCU-CG, Demétrius Ferreira de Freitas, afirmou que os trabalhadores consideraram a decisão injusta diante dos débitos em aberto, que incluem salários, parcelas do 13º e benefícios. Segundo ele, a categoria avaliou que a recomposição nos percentuais exigidos equivale, na prática, ao encerramento da greve.

Após assembleia realizada logo depois da audiência, os trabalhadores optaram por manter a paralisação nesta quarta. Com isso, a expectativa é de que nenhum ônibus circule pelo terceiro dia consecutivo na capital.