quinta-feira, 10 de julho de 2025

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Campo Grande adota nova classificação de risco para agilizar atendimento nas unidades 24h

A Prefeitura de Campo Grande iniciou a implantação de um novo protocolo de classificação de risco nas unidades de saúde que funcionam 24 horas. Batizado de PCS-24, o sistema busca ampliar a precisão na triagem de pacientes, priorizando com mais rigor os casos de maior gravidade. A medida, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), reforça o cuidado centrado no paciente e expressa o compromisso da gestão com a vida.

Desenvolvido com base em evidências científicas e participação técnica de profissionais da própria rede, o PCS-24 passou por um processo de validação que demonstrou efetividade de 78,9% e índice de confiabilidade Kappa de 0,673 — patamar considerado alto em protocolos clínicos. O modelo recebeu parecer favorável da Câmara Técnica do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS), o que chancela sua aplicação na rede pública.

De acordo com a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, a mudança torna o sistema mais resolutivo. “Estamos implementando uma ferramenta que garante mais segurança no atendimento, priorizando os casos conforme a gravidade real. O PCS-24 é resultado de um trabalho técnico minucioso, com envolvimento direto dos profissionais da rede. É uma mudança que fortalece o cuidado centrado no paciente e reforça o compromisso da administração municipal com a vida”, afirmou.

Entre as inovações do novo protocolo está a inclusão da cor laranja na escala de classificação de risco. Agora, o sistema adota cinco categorias para organizar os atendimentos por gravidade: vermelho (atendimento imediato), laranja (muito urgente), amarelo (urgente), verde (pouco urgente) e azul (não urgente). A atualização segue padrões internacionais e permite maior precisão, especialmente em casos de instabilidade clínica que não apresentam risco iminente de morte, mas exigem resposta rápida para evitar agravamentos.

Para a coordenadora da Rede de Urgência e Emergência da Sesau, Ana Paula Cangussu, a mudança representa uma evolução no acolhimento. “A inclusão da cor laranja segue uma padronização internacional e garante mais precisão nos casos de pacientes em estado potencialmente graves. Esse é um protocolo construído com muito diálogo técnico, e seguimos com capacitações constantes junto às equipes, diretamente nas unidades”, disse.

A implantação do PCS-24 será feita de forma gradativa, com reorganização dos espaços de acolhimento, treinamento das equipes e monitoramento contínuo de indicadores de atendimento. O processo de construção do protocolo envolveu o Colegiado de Urgência e Emergência Pré-Hospitalar Fixo desde as etapas iniciais. Depois, o trabalho foi ampliado com a colaboração do Núcleo de Educação em Vigilância (NEV) e outras áreas técnicas da Secretaria.

Para Cyro Mendes, coordenador-geral de Estratégias em Saúde, o PCS-24 é um reflexo da realidade local. “O protocolo nasce das especificidades da nossa rede e incorpora práticas baseadas em evidência. É um instrumento que qualifica a triagem e fortalece o papel do enfermeiro, conforme previsto pelas normativas do Cofen. Mais do que uma mudança técnica, é uma transformação que impacta positivamente a jornada do paciente desde a porta de entrada”, afirmou.

Com a nova metodologia, a expectativa da Sesau é tornar o atendimento mais ágil, seguro e transparente. Entre os principais objetivos do PCS-24 estão a redução do tempo de resposta para casos graves, maior equidade na fila, melhor organização do fluxo de pacientes nas unidades 24h e mais segurança clínica durante o acolhimento.

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