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João Almino é o imortal da Academia Brasileira de Letras no Chá da ASL de novembro

O imortal da Academia Brasileira de Letras João Almino será o palestrante do último Chá Acadêmico de 2024 da programação da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, que será realizado quinta-feira, dia 29, dentro do projeto “ABL na ASL: Palestras Imortais”, realizado em parceria com a Setesc – Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura através da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul. “O Conselheiro Aires como Homem de Papel” é o tema da palestra.

O oitavo romance de João Almino, “Homem de Papel”, é narrado por um livro. Um personagem de Machado, Aires, é confrontado com a realidade contemporânea. O professor da USP Hélio Guimarães diz que o autor “aciona com maestria muitas notas do cômico”. O crítico machadiano português Abel Barros Baptista que o livro é “uma lição de literatura: surpreendente e inteligente”.

O evento tem ainda a parceria da ASL com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS e a Confraria Sociartista, através respectivamente dos projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, dentro do projeto “Movimento Concerto” (com o Duo Manhães) e “Arte na Academia” (com os artistas visuais Ana Oiticica, Cecílio Vera, Lúcio Laranjeira e Sonia Maria). Ao final, haverá na confraternização apresentação instrumental do músico e trompetista Alvani Calheiros Silva. A palestra é presencial, com entrada franca e o traje é esporte, no auditório da ASL, na rua 14 de Julho, 4653, em Campo Grande, às 19h30min.

O projeto “ABL na ASL: Palestras Imortais” trouxe ao longo do ano cinco imortais da Academia Brasileira de Letras em seus Chás Acadêmicos ─ Arno Wehling, Antônio Torres, Ana Maria Machado, Ricardo Cavaliere e agora João Almino ─ e teve em suas Rodas Acadêmicas a presença dos imortais sul-mato-grossenses Américo Calheiros, Elizabeth Fonseca, Henrique de Medeiros, Lenilde Ramos, Marisa Serrano, Raquel Naveira, Reginaldo Araújo, Rubenio Marcelo, Samuel Medeiros e Sérgio Cruz.

O presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique de Medeiros, destacou a importância do projeto ao longo do ano na difusão e estímulo à leitura e educação no Estado, e o diretor-presidente da FCMS, Eduardo Mendes, ressaltou a parceria realizada entre a Fundação e a ASL para a valorização da cultura sul-mato-grossense. Para o secretário estadual de Turismo, Desporto e Cultura, Marcelo Miranda, a literatura teve grande participação na pauta cultural de 2024 com o apoio do Estado aos projetos da ASL, projetando a literocultura de acordo com a sua importância para o pensamento crítico.

JOÃO ALMINO

João Almino nasceu em Mossoró, RN. Um dos nomes mais importantes da literatura nacional, tem sido aclamado pela crítica por seus romances “Ideias para onde passar o fim do mundo” (indicado ao Jabuti), “Samba-enredo”, “As cinco estações do amor” (Prêmio Casa de las Américas), “O livro das emoções”, “Cidade livre” (Prêmio Passo Fundo, finalista do Jabuti e Portugal-Telecom), “Enigmas da primavera”, “Entre facas, algodão” e “Homem de Papel” (finalista, Prêmio São Paulo e um dos 10 romances literários do Jabuti). Membro da ABL, com romances publicados na Argentina, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália e México, entre outros, autor de ensaios literários, seus escritos são também referência no tema do autoritarismo. Possui iúmeras premiações literárias.

Ocupante da Cadeira 22 da ABL, João Almino foi antecedido por Ivo Pitanguy e foi recebido na ABL por Ana Maria Machado. Ensinou na Fundação Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), no Instituto Rio Branco e nas universidades de Berkeley, Stanford e Chicago. Embaixador, serviu nas Embaixadas do Brasil em Paris, México e Washington. Foi Encarregado de Negócios em Beirute, Ministro-Conselheiro em Londres e Cônsul-Geral em São Francisco, Lisboa, Miami, Chicago e Madri. Foi Diretor do Instituto Rio-Branco (2001-2004). Medalha de Ouro do Rio Branco (primeiro colocado) no Curso de Preparação à Carreira Diplomática do Instituto Rio Branco, é bacharel em direito pela UERJ, tem mestrado em sociologia pela UnB, doutorado em História Comparada das Civilizações Contemporâneas pela École des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris (1980) sob a direção do filósofo Claude Lefort e pós-doutorado no Centro de Estudos Avançados da USP.

ANA OITICICA, CECÍLIO VERA, LÚCIO LARANJEIRA E SONIA MARIA

O projeto de artes visuais pela Confraria Sociartista e a ASL “Arte na Academia” tem como título da exposição de novembro “Um visão NAIF do nosso MS”, com os artistas visuais Ana Oiticica, Cecílio Vera, Lúcio Laranjeira e Sonia Maria.

Ana Oiticica desde a infância esteve envolvida com o ambiente artístico; recebeu formação antroposófica através da pedagogia Waldorf, desenvolvendo aptidões criativas que a acompanham até os dias de hoje. Cecílio Vera dos Santos é artista plástico autodidata; participou de diversos movimentos artísticos estaduais e nacionais, sendo premiado em diversos salões (recria com arte e poesia sua infância e juventude, retratando temas como a roça, lavoura e o Pantanal). Lúcio Laranjeira vive e trabalha em Campo Grande; é um artista Naif com várias participações em salões e exposições de arte Naif no Mato Grosso do Sul (sua arte tem forte apelo pantaneiro, com seus animais estilizados, retratando de maneira popular as belezas da nossa terra). Sonia Maria é professora formada em artes visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; ministrou aulas na rede pública municipal e estadual e realizou várias exposições coletivas apresentando obras com a temática da fauna e da flora ligados ao pantanal.

DUO MANHÃES

O projeto Movimento Concerto, da UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” terá apresentação do Duo Manhães. As apresentações são realizadas mensalmente em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.


Artur R. Manhães nasceu em 05/01/2011 e Elias R. Manhães em 22/07/2013; iniciaram seus estudos de violão em abril de 2021, tendo aulas com o pai, professor Davi Manhães Borges e em agosto de 2022 passaram a ter aulas com o professor Marcelo Fernandes (UFMS) com quem permanecem sendo orientados. Participaram do Festival Internacional de Violão na UFMS em abril de 2023 e agosto de 2024 e se apresentaram em diversos recitais em Campo Grande. Em novembro desse ano, no XXXV Concurso de Violão Souza Lima – SP, ambos foram vencedores, ganhando o 1º lugar tanto na categoria solo quanto na categoria Música de Câmara. Repertório que será apresentado: Solo Artur Manhães (Passacaglia, de Silvius Leopold Weiss / 1686 – 1750) e Duo Manhães (Trez pieces de outono, de Máximo Diego Pujol / 1957).

INSTRUMENTAL COM HIGOR RINALDI E MARIA RITA

Após a palestra, na confraternização, haverá ainda participação instrumental de Higor Rinaldi e Maria Rita, com teclado e flauta. O duo une o som da flauta e do piano em repertório que atravessa diversos gêneros musicais, com ênfase na diversidade da música regional sul-mato-grossense, explorando ritmos influenciados pela cultura fronteiriça, onde o encontro de tradições musicais de diferentes países da América do Sul se entrelaçam, criando uma sonoridade ao mesmo tempo universal e profundamente regional.

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