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Em Porto Murtinho, Prefeitura e Padaria Cuê são tombadas como patrimônio histórico material

Em decretos publicados na edição desta quarta-feira (7) do Diário Oficial do estado, o Governo de Mato Grosso do Sul oficializou o tombamento das edificações “Prefeitura Cuê” e “Padaria Cuê”, localizadas em Porto Murtinho, como bens do Patrimônio Histórico Material de Mato Grosso do Sul.

A Padaria Cuê é uma construção que exibe elementos da arquitetura industrial trazida da Europa e da América do Norte para o Brasil, com fachada em tijolo cerâmico queimado, característica da Revolução Industrial, retomada no século XX. Edificada sob o comando do comerciante uruguaio Jaime Aníbal Barrera, pelos construtores espanhóis Canellas e Abelardo, a edificação funcionava como padaria no térreo e abrigava um moinho de trigo.

Foi concluída em 1928, localizada na Rua Dr. Costa Marques, 1089, esquina com a Rua Antônio João. Em 1954, foi adquirida pela Cooperativa Florestal S/A e, em 1978, entregue ao estado de Mato Grosso como forma de pagamento de dívidas da cooperativa. Desde 2004, passou a ser domínio da prefeitura municipal de Porto Murtinho, abrigando o Museu Dom Jaime Aníbal Barrera.

A Prefeitura Cuê, construída na década de 1930, apresenta influências neoclássicas e traços do estilo colonial brasileiro. Localizada na Rua Pedro Celestino, de frente para o Rio Paraguai, o edifício funcionava como Centro Administrativo que comandava o movimento fiscal do Porto. Sua arquitetura simboliza a importância histórica do município no contexto estadual. O prédio foi restaurado em 2006 e atualmente abriga a sede da Prefeitura Municipal de Porto Murtinho.

Construída na década de 1930, a Prefeitura Cuê é um exemplo da arquitetura neoclássica com traços coloniais brasileiros, localizada de frente para o Rio Paraguai

Secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda enfatiza que o tombamento é um marco significativo para Porto Murtinho e para o estado. “Ao preservarmos essas edificações, estamos mantemos viva a memória histórica do ciclo da erva-mate e também reforçamos a identidade cultural da região. A integração com a Rota Bioceânica representa uma oportunidade única de unir nosso passado com o futuro econômico, criando um legado duradouro para as próximas gerações”.

A gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Melly Sena, destaca a relevância do tombamento.

“Tanto a Prefeitura quanto a Padaria Cuê representam um momento importante da nossa história relacionado ao ciclo da erva-mate, um período fundante do nosso Estado, que na época era Mato Grosso uno. Com esses dois prédios tombados, preservamos a memória fundante do nosso estado. Esses processos estavam parados há duas décadas, e conseguimos resolvê-los. Isso é particularmente importante agora, com a instalação da Rota Bioceânica, cujo percurso inicial passa por Porto Murtinho, evidenciando a importância da cidade, tanto pela questão histórica do ciclo da erva-mate, dos primeiros portos para o escoamento da erva, quanto pela futura ligação econômica, unindo história e economia.”

Para o diretor-presidente da FCMS, Eduardo Mendes, o tombamento vai além da preservação histórica e cultural. “O tombamento da Prefeitura Cuê e da Padaria Cuê serve como um incentivo ao turismo cultural na região. Esses prédios são testemunhos vivos da nossa herança e têm o potencial de atrair visitantes que desejam conhecer mais sobre a história e a cultura de Mato Grosso do Sul. Valorizando nosso patrimônio, estamos também promovendo o desenvolvimento econômico e social da região”.

Karina Lima e Lucas Castro, Comunicação Setesc
Fotos: divulgação

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