quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Revitalização em andamento muda a paisagem da Antiga Rodoviária

Com mais de 75% da obra executada, a revitalização da antiga rodoviária avança e movimenta a economia da região. À medida que os trabalhos progridem, cresce também a expectativa de que o local volte a ter a mesma movimentação de quando recebia os ônibus intermunicipais, na Rua Joaquim Nabuco e os ônibus urbanos, nas plataformas da Rua Vasconcelos Fernandes.

O arquiteto David de Oliveira, responsável pela reforma das 40 lojas adquiridas pelo investidor Urandir Fernandes de Oliveira no Centro Comercial Condomínio Terminal Oeste, destaca que a revitalização das áreas públicas, realizada pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), é o fio condutor do fortalecimento econômico do entorno. Acreditando nesse potencial, Urandir já adquiriu boa parte das lojas da antiga rodoviária.

Segundo David, os imóveis da região estão se valorizando. “Prédio que antes estava sendo vendido a 700 mil reais, hoje estão pedindo um milhão de reais”, afirma. Ele também ressalta o impacto social, com geração de empregos: somente nas reformas das lojas sob sua coordenação, mais de 50 pessoas estão empregadas. Dos 40 pontos comerciais que estão ganhando uma nova aparência, ele acredita que 10 estarão prontos para abrir já nos primeiros meses de 2026.

Quem passa pela Rua Dom Aquino percebe rapidamente as mudanças ao atravessar a Avenida Ernesto Geisel: surgem novos estabelecimentos, como um flat totalmente automatizado na esquina com a Rua Vasconcelos Fernandes, além de reformas e modernizações nas fachadas de lojas e hotéis.

Comerciantes que estão há décadas na região aguardam ansiosos a conclusão da revitalização para reviver a intensa movimentação dos tempos em que a rodoviária funcionava ali. É o caso de Sérgio Setsuo Uehara, que há 35 anos mantém com a família uma loja de cosméticos na Rua Dom Aquino, entre a Avenida Ernesto Geisel e a Rua Vasconcelos Fernandes. “A revitalização da antiga rodoviária é imprescindível, fundamental. A gente tem a sensação de progresso. Enquanto a rodoviária estava funcionando aqui, era muito próspero”, afirma.

Alexandre Fernandes de Souza, que há mais de 10 anos mantém um brechó na Rua Joaquim Nabuco, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Barão do Rio Branco, também acompanha de perto o andamento das obras. Outros membros da família têm lojas na região. “A gente acredita que vai voltar a ser como antes, vai ser o eixo que vai movimentar o centro da cidade. O centro tem que ter referência. Então, com a Funsat e a GCM funcionando ali, vai movimentar o centro. Quando era rodoviária tinha muito movimento e, com essa reforma, vai ter bastante serviço para oferecer à população. Vai ser bom para todo mundo”, diz.

Obra de qualidade

Durante visita à obra na manhã desta quinta-feira (11), o secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli, afirmou que a administração permanece empenhada em concluir o quanto antes a revitalização do terminal Heitor Eduardo Laburu. “Queremos entregar no máximo até junho do ano que vem, dependo de um processo licitatório, uma fase que fica além das nossas mãos, mas estamos empenhados em entregar o quanto antes à população”, declarou.

Ele explicou que a obra não está parada e que a atual gestão tem a preocupação de entregar serviços de qualidade, sempre respeitando regras e prazos legais. “A obra está seguindo em ritmo normal, dentro dos problemas que estamos enfrentando. Não vamos conseguir entregar dentro do prazo, que era agora, no final de dezembro, porque não conseguimos colocar o sistema de ar-condicionado dentro desse contrato atual. A legislação exige muito. Existia um sistema de ar-condicionado licitado que não é compatível o suficiente para esta obra”, detalhou Miglioli. O prazo de conclusão será prorrogado até junho de 2026, mas, se o processo licitatório ocorrer sem entraves, a entrega poderá acontecer antes.

O terminal rodoviário Heitor Eduardo Laburu foi desativado há mais de 12 anos, quando a rodoviária de Campo Grande foi transferida para a Avenida Gury Marques. A revitalização em andamento contempla os dois pisos da Rua Joaquim Nabuco, onde vão funcionar a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Funsat (Fundação Social do Trabalho). Ali ficavam as áreas de embarque e desembarque dos ônibus intermunicipais, no piso inferior, e, no superior, os guichês de venda de passagens.

Na Rua Vasconcelos Fernandes, onde operavam as plataformas de embarque e desembarque dos ônibus urbanos, o espaço será transformado em um calçadão que também servirá para feiras e eventos. A obra, orçada em pouco mais de R$ 16 milhões, conta com recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional, via emendas da bancada federal do Estado, além de contrapartida da Prefeitura.

A revitalização executada pela Prefeitura abrange os prédios localizados nas ruas Vasconcelos Fernandes e Joaquim Nabuco. Já a área central — onde funcionavam o comércio e duas salas de cinema — pertence a um condomínio comercial privado. Por isso, a reforma dessas salas está sendo realizada pelos próprios proprietários. Segundo o Condomínio, o Centro Comercial Terminal Oeste tem 264 salas pertencentes a 164 donos, alguns com até 10 unidades. Desses, 15 estão funcionando e 40 passam por reforma.

www.campogrande.ms.gov.br

X