Nascido no Brasil, filho de imigrantes japoneses, Shiro Nishimura é uma figura emblemática no agronegócio brasileiro. Seu sonho em ser pecuarista e o sucesso na atividade foi a notícia mais lida de Pecuária durante a semana no portal Giro do Boi, do Canal Rural.

Reconhecido por seu trabalho na seleção de gado Nelore e pela consolidação da Fazenda Araponga, ele decidiu ser pecuarista aos 14 anos, em um contexto completamente desfavorável.

“Aos 14 anos eu não tinha uma vaca, meu pai não tinha nenhuma vaca, não tinha fazenda, não tinha nada. Como é que me deu na cabeça, ainda guri, de ser pecuarista? Isso é sonho. É o que eu falo: na vida, se a gente tiver sonho, a gente vai construindo devagar, tijolinho por tijolinho e vai achando os recursos e vai fazendo o sonho se tornar realidade.”

Formação e contribuições ao agro

Formado em engenharia agronômica, Shiro Nishimura fez significativas contribuições no Conselho de Administração do Grupo Jacto, uma das maiores indústrias de máquinas e implementos agrícolas fundada por seu pai, Shunji Nishimura.

Além disso, ele foi vice-presidente da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, contribuindo significativamente para a modernização da agricultura no Brasil.

Começando a ser pecuarista

O sonho de Nishimura começou a se concretizar nos anos 1980, quando ele aproveitou um projeto da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para investir em propriedades rurais em Rondonópolis (MT).

“Eu fui lá tocar o projeto e então, nesse tempo, eu me mudei para Rondonópolis e morei por lá por dez anos.”

No entanto, a crise econômica dos anos 1990 forçou Nishimura a vender suas propriedades para ajudar a Jacto, adiando seu sonho de ser fazendeiro. Após a recuperação da empresa, ele retomou seu projeto de pecuária na Fazenda Araponga.

Excelência na seleção de Nelore

Na Fazenda Araponga, Shiro Nishimura não apenas realizou seu sonho de infância, mas também elevou a pecuária a novos patamares de qualidade.

Conduzindo uma rigorosa seleção de Nelore, a propriedade se destacou pela avaliação sistêmica de animais focada na qualidade da carne, especialmente no marmoreio, um atributo muito valorizado.

“A fazenda para mim tem uma conotação de fazer uma coisa que me traz alegria, que me traz sonho, que me traz alguma coisa nesse sentido, que faz a vida ficar mais prazerosa.”

*A reportagem foi originalmente escrita por Fábio Moitinho, do Giro do Boi