A alta demanda por etanol deu suporte aos preços do milho na última semana. O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou em mais de 3% as exportações norte-americanas, com impactos diretos na precificação.
Enquanto isso, no Brasil, o plantio do cereal já superou 70% da área, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), avanço de cerca de 7% em relação à semana anterior.
Quanto aos preços, em Chicago, o milho encerrou a semana passada cotado a US$ 4,42 por bushel, alta de 0,45% em relação ao período anterior. No Brasil, na B3, o contrato de janeiro de 2025 registrou valorização de 0,73%, encerrando a R$ 74,49 por saca.
O que esperar do mercado do milho?
Confira as tendências para o milho em análise da plataforma Grão Direto:
- Perspectivas safra 2025: as regiões produtoras de milho primeira safra apresentam boas condições para o desenvolvimento vegetativo da cultura. Estados como Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul têm previsões de boas chuvas e temperaturas elevadas para os próximos 15 dias, cenário que favorece a safra. Já para o milho segunda safra, as projeções climáticas indicam continuidade das chuvas até abril, coincidente com o início do plantio no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Apesar das incertezas, a Conab projeta que a safra de milho brasileira em 2025 será a segunda maior da história, consolidando o país como um dos principais players globais.
- Boi gordo: após uma forte alta nas cotações do boi gordo, o aumento no volume de entregas físicas por parte dos pecuaristas pressionou os preços para baixo. “No entanto, para 2025, o cenário indica uma arroba mais valorizada, sustentada pela virada do ciclo pecuário. Como o maior demandante de milho no Brasil, essa dinâmica impacta diretamente as cotações do cereal, que na B3 seguiram o movimento de queda recente. Porém, a expectativa para o ano que vem é de um mercado altista até o início do plantio do milho segunda safra. Qualquer surpresa na área plantada poderá alterar significativamente as projeções de produção total, trazendo volatilidade ao mercado”, diz a Grão Direto.
- Projeções gerais: o mercado caminha entre estoques globais reduzidos e uma safra brasileira em pleno desenvolvimento. “Esse cenário refletiu no mercado físico, de forma que as cotações não acompanharam a B3 como em outros momentos. Contudo, no curto prazo, as pressões negativas, presentes desde o final da última semana, devem permanecer puxando as cotações”, diz a plataforma.
Para a Grão Direto, com base nos argumentos anteriores, podemos ter uma semana negativa para o milho, acompanhando o desenvolvimento da safra aqui no Brasil.