Com a fase de colheita do tomate industrial praticamente concluída, a Tomate BR divulga novo balanço da safra esperada para 2024.
De acordo com a entidade, a produção do alimento deve se recuperar em 10% neste ano, retomando os patamares registrados em 2022.
Isso acontece após as adversidades climáticas vividas pelo setor no início deste ano, como chuvas intensas durante a etapa de transplante das mudas e a proliferação de pragas, acelerada pelas altas temperaturas.
Área de tomate em 2024
Com uma área cultivada de 18,7 mil hectares, a safra de 2024 pode totalizar quase 1,7 milhão de toneladas, de acordo com o levantamento realizado pela associação em outubro.
O diretor da Tomate BR, Vlamir Breternitz, já considera o período como mais um ano desafiador aos produtores, embora tenha sido um pouco melhor que 2023.
“O ano passado representou um cenário sem precedentes, por isso, quando falamos que a safra de 2024 vai se recuperar em 10%, não podemos afirmar como algo tão positivo. É na verdade um pequeno fôlego a este mercado”.
Segundo ele, assim como em outros tipos de lavoura, as mudanças climáticas se tornaram um complicador à produtividade.
“No início do ano tivemos chuvas intensas que interferiram no transplante das mudas, atrasando o cronograma e reduzindo algumas áreas. Junto a isso, a proliferação de pragas, como a mosca branca, ganhou força em virtude das altas temperaturas e algumas lavouras tiveram que ser erradicadas”, conta.
Impacto dos incêndios florestais
Embora os incêndios florestais não tenham afetado diretamente as áreas de cultivo do tomate industrial, Breternitz aponta uma preocupação de como essas ocorrências podem impactar a produtividade da safra prevista para 2025.
“Sem dúvida é um cenário alarmante, mas pensando no tomate industrial, o maior impacto ainda pode estar por vir. As secas e o calor já estão interferindo nas lavouras e as maiores preocupações são referentes ao armazenamento de água, à preservação da mata ciliar e ao abastecimento dos lençóis freáticos”.
De acordo com o diretor, se as chuvas não vierem em quantidade significativa nos próximos meses, o suficiente para repor os reservatórios, pode não ser possível cultivar em certas áreas e as pragas podem vir de forma ainda mais intensa do que o registrado no início deste ano.