Os Estados Unidos e a China anunciaram, nesta segunda-feira (12), um acordo de redução temporária das tarifas recíprocas. As tarifas dos EUA sobre importações chinesas cairão de 145% para 30%, enquanto as da China sobre produtos norte-americanos serão reduzidas de 125% para 10%. A medida terá validade inicial de 90 dias e traz novos contornos ao cenário comercial global.
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Mas, afinal: como esse acordo afeta a soja? De acordo com o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, a resposta não é de grandes mudanças imediatas. “A China vinha comprando de forma muito agressiva no Brasil e, com o novo acordo, pode começar a adquirir mais soja dos Estados Unidos. No entanto, a oferta mundial não é excessiva, e essa mudança não deve afetar a situação no Brasil”, afirma.
Ele destaca que, por enquanto, o mercado brasileiro já está registrando alta, com um aumento de R$ 3 nas cotações nas posições nos portos. “O grande desafio é que a China deve importar cerca de 110 milhões de toneladas de soja, mas o Brasil tem capacidade para fornecer no máximo 90 milhões de toneladas. Esse espaço de 20 milhões de toneladas fica com os Estados Unidos, o que explica a disputa”, explica.
Perspectivas para a soja
Brandalizze também aponta que, nos próximos meses, o volume de vendas de soja para a China pode perder ritmo. “Nos últimos três meses, a China comprou de maneira muito agressiva no Brasil, mas é provável que essa demanda diminua um pouco no futuro”, afirma. Apesar disso, o consultor acredita que o Brasil não perderá totalmente seu espaço no mercado chinês. “A soja brasileira ainda tem uma vantagem sobre a americana devido ao seu teor de proteína, o que é muito valorizado pelos chineses.”
A competitividade, segundo Brandalizze, permanece equilibrada, pois os prêmios da soja brasileira estão um pouco mais baixos do que os dos EUA, mas as diferenças não são grandes. O fator mais positivo dessa mudança é o impacto nas cotações internacionais. “O preço da soja em Chicago estava com um suporte em torno de US$ 10. Agora, o suporte provavelmente subirá para US$ 10,50, com resistência em US$ 11,00”, destaca ele. Essa evolução técnica indica uma valorização no mercado de soja, o que pode ser benéfico para os produtores, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.