terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Seguro para bovinos e equinos: conheça a ferramenta de proteção e estabilidade para o produtor

Proteger o rebanho e garantir a segurança do investimento no campo ainda é um desafio para muitos pecuaristas. Entre as soluções que vêm ganhando espaço no Brasil está o seguro de animais, uma ferramenta de gestão de risco que vem se tornando cada vez mais presente nas propriedades rurais.

Para explicar o funcionamento e as vantagens desse tipo de proteção, o programa A Protagonista entrevistou Karen Matieli, fundadora da Denner Seguro de Animais, considerada a maior corretora especializada do país.

Da farmácia ao agronegócio

Natural de Sorocaba (SP) e formada em Farmácia, Karen entrou no universo agro de forma inesperada. O ponto de virada ocorreu quando o filho começou a praticar hipismo em Araras (SP).

“Um dia, o dono da hípica me pediu para fazer o seguro dos cavalos. Eu nem sabia que isso existia. Foi essa simples pergunta que mudou toda a minha história”, conta.

Na época, sua corretora atuava apenas com seguros de vida e empresariais. A curiosidade e a visão empreendedora levaram Karen a explorar um segmento praticamente desconhecido no país, transformando-se em referência nacional. Hoje, a empresa desenvolve produtos sob medida e mantém parcerias com seguradoras multinacionais.

“O seguro de animais ainda é novo no Brasil. Em outros países ele já é consolidado, mas aqui ainda estamos no começo”, observa.

Como funciona o seguro pecuário

O seguro de animais pode ser contratado para bovinos, suínos, aves e equinos, adaptando-se ao tipo de produção e ao valor de cada rebanho.

“No caso da bovinocultura, é possível cobrir rebanhos de corte, de leite e de genética, que exigem atenção especial devido ao alto valor de investimento”, explica Karen.

As coberturas incluem morte acidental ou por doença, picada de cobra, raio, insolação, aborto, parto e até eutanásia por motivos humanitários. Em alguns casos, o seguro também protege estruturas da fazenda, como barracões, confinamentos e equipamentos.

“Quando apresentamos uma proposta ao produtor, não falamos apenas de proteger o gado, mas de oferecer uma gestão de risco para toda a propriedade”, enfatiza a empresária.

Custos e fatores de cálculo

O valor do seguro depende da espécie, da finalidade do animal e das condições da propriedade. “É um processo individualizado. Avaliamos mortalidade, raça, sistema de criação e produtividade. Quanto menor o risco, melhores são as condições da seguradora”, detalha Karen.

Ela exemplifica com o caso de um touro de R$ 100 mil adquirido em leilão: o custo médio do seguro gira em torno de 4,5% do valor do animal por ano, garantindo cobertura contra morte, acidentes, doenças ou perda da função reprodutiva — modalidade bastante procurada em rebanhos de genética.

Falta de informação ainda é obstáculo

Mesmo com os benefícios, a falta de informação ainda é o principal entrave para a expansão desse mercado.

“O produtor rural tem uma rotina intensa e muitas vezes não tem tempo de buscar novidades. Ele ainda vê o seguro como algo distante, mas é uma ferramenta essencial de estabilidade diante dos imprevistos do campo”, destaca Karen.

Para ela, iniciativas de comunicação têm papel crucial nesse avanço. “Quando mostramos exemplos reais e explicamos o funcionamento de forma simples, o produtor entende o quanto o seguro pode proteger seu negócio e garantir a continuidade da produção”, conclui.

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