A Agrishow chegou à edição de número 30 e foi marcada pela presença de colheitadeiras de tamanho recorde, reflexo da safra histórica brasileira estimada em 330 milhões de toneladas de grãos e da esperança de um próximo ciclo ainda mais representativo.
Essas máquinas devem ser responsáveis por fatia significativa dos R$ 15 bilhões em intenção de negócios projetados pela organização do evento, cifra que, se confirmada, representará o maior volume gerado por uma feira agrícola na história do país.
Entre os modelos expostos, quem chega pela entrada principal do estande da New Holland dá de cara com a CR11, a maior colheitadeira de duplo rotor do mundo, já disponível no mercado brasileiro, mas com preço ainda em dólar.
De acordo com o diretor de Mercado Brasil da companhia, Cláudio Calaça Júnior, o produtor que quiser levá-la para a lavoura terá de desembolsar entre US$ 1,5 milhão e US$ 2 milhões (R$ 8,5 milhões e R$ 11,3 milhões, aproximadamente), a depender do pacote tecnológico embarcado.
Segundo o executivo, a gigante amarela é equipada com motor de 775 cavalos de potência, tanque graneleiro de 20 mil litros, plataforma de 61 pés e capacidade de descarga de 210 litros por segundo. Produzida na Bélgica, incorpora o novo sistema TwinClean, que utiliza dois conjuntos de peneiras para aprimorar a limpeza dos grãos e minimizar perdas.
Ao lado dela, Calaça Júnior comemorou na feira a participação de mercado da empresa, segmento altamente disputado por empresas que lançam novos produtos ou versões todos os anos. “A cada três colheitadeiras vendidas no Brasil, uma é New Holland e a cada cinco tratores comercializados em toda a América Latina, um é nosso”, disse.
A respeito da projeção da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq) de aumento de 8,2% nas vendas ao longo dos cinco dias de Agrishow, o diretor se disse otimista, mas acrescentou que o maior entrave ao setor continua sendo a taxa de juros.
Colheitadeira monorrotor
Trocando as cores, outra que impressionou pelo tamanho foi a Case IH ao dedicar boa parte de seu amplo espaço na feira para a maior colheitadeira monorrotor do mundo. A Axial-Flow AF10 Automation possui motor e tanque de grãos de mesmas capacidades que a sua concorrente amarela (775 cavalos e 20 mil litros).
De acordo com o vice-presidente da empresa para a América Latina, Christian Gonzalez, o modelo conta, ainda, com manobra de cabeceira autônoma, compartilhamento de mapa entre as máquinas e duplo monitor com acesso remoto para suporte do operador.
Para atender o modelo, a marca apresentou uma nova linha de plataformas de 25, 50 e 61 pés, chassis articulado, ângulo de ataque ajustável e velocidade de esteira regulável.
Trabalho em terrenos irregulares
Outra que também apostou no tamanho foi a alemã Fendt. A nova Ideal 25 é equipada com o sistema Dual Helix Processor e os maiores rotores do mercado (4,84 metros de comprimento), área de trilha 45% maior e sistema de limpeza 25% superior ao da versão anterior, o que gera compensação de até 15% de declividade, muito útil para terrenos irregulares como os das regiões Sul e Sudeste do país. Falando nisso, a fabricação é nacional, na unidade de Santa Rosa, noroeste do Rio Grande do Sul.
Segundo o vice-presidente da companhia, Marcelo Traldi, testes em campo comprovaram o padrão 10-10: redução de 10% no consumo de combustível e aumento de 10% na produtividade da máquina.
O executivo ressalta que a colheitadeira foi projetada para trabalhar mais tempo no campo, com menos paradas. Para isso, os motores são ajustados a operar a 1.900 rpm, o que também prolonga o intervalo entre as manutenções.
A máquina chega ao mercado com novo acionamento das esteiras da plataforma Draper com caixa selada de 90 graus, o que promete maior durabilidade e redução de intervalos.
Operação ininterrupta
Por fim, a gigante global John Deere levou para a Agrishow a nova colheitadeira de grãos X9 que, de acordo com o vice-presidente de Vendas e Marketing da companhia para América Latina, Antonio Carrere, é capaz de colher mais de 100 toneladas por hectare com menos de 1% de perdas.
Outro diferencial que vale nota é o motor de 13,6 L, capaz de trabalhar por até 14 horas sem reabastecimento por conta do sistema de transmissão de energia para os módulos finais.
Segundo Carrere, a X9 é dotada de tanque de grãos de 14.800 litros de capacidade, tubo de descarga de 9,5 metros articulado e com ponteira ajustável. A máquina possui taxa de descarga de 162 litros por segundo, sendo, assim, capaz de descarregar um graneleiro cheio em apenas 90 segundos.