O Rio Grande do Sul está intensificando o monitoramento e a prevenção do greening, uma das doenças mais devastadoras que afeta os citros no Brasil. A partir desta semana, armadilhas adesivas serão instaladas em 200 pontos em 100 pomares localizados em 43 municípios.

O objetivo é identificar a presença do vetor do greening, o psilídeo Diaphorina citri, em plantações comerciais e domésticas.

Rodrigo Gossler, um produtor de São Sebastião do Caí, foi um dos primeiros a receber a instalação.

“Eu vejo como um trabalho preventivo porque se essa doença vier para cá nós vamos ter que mudar de ramo porque vai ser bem difícil. Não sabemos trabalhar com outra coisa, uma vida inteira em citros. Então é um trabalho preventivo e não podemos abrir mão disso”, disse.

Até o momento, o Rio Grande do Sul é um estado livre do greening, que já está presente em pomares de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, e também em países vizinhos como o Uruguai e a Argentina.

Rita Antochevis, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, explica que as armadilhas serão coletadas a cada 15 dias.

“Se encontrarmos o inseto, vamos mandar para o laboratório verificar se ele está infectado ou não com a bactéria que causa o greening. Só ter a presença do inseto não quer dizer que tem a doença. Ele precisa estar infectado”, afirmou.

O Rio Grande do Sul abriga cerca de 8 mil produtores de citros e colheu nesta safra aproximadamente 450 mil toneladas, incluindo bergamotas, laranjas e limões.

O greening não tem cura para as plantas doentes, tornando a prevenção uma medida crucial.

Os produtores gaúchos adotam cuidados adicionais, como evitar a importação de mudas de fora do estado ou da região do Vale do Caí, implementar práticas de manejo e usar inseticidas para proteger suas plantações.