A internet já chega a 98% das propriedades rurais brasileiras, mesmo que apenas por meio do celular. Há 12 anos, esse índice era de apenas 39%. A constatação vem da 9ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural.
O estudo mostra, também, que esse avanço na conectividade também redesenhou os canais de informação e relacionamento do produtor rural, com o WhatsApp se consolidando como a principal ferramenta de consulta para decisões de negócio, usado por 96% dos entrevistados.
O levantamento, que está em fase de finalização e será entregue em novembro, ouviu 3.100 produtores rurais em 16 estados brasileiros, abrangendo 15 culturas agrícolas e quatro rebanhos de produção.
Para compor a pesquisa, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro aplicou 280 questões de forma presencial, o que garante a representatividade de uma fotografia nacional, considerando diferentes perfis de propriedades, pequenas, médias e grandes, e o peso equilibrado de agricultura e pecuária.
A pesquisa ainda oferece, por meio de um software exclusivo, a possibilidade de filtrar resultados por região, porte ou atividade, permitindo gerar relatórios estratégicos sob medida para cada negócio.
Sites e redes sociais em alta
Alguns resultados preliminares, que foram apresentados na última quinta-feira (18) durante o 17º Congresso do Agro ABMRA, já indicam tendências que redefinem a comunicação do setor, com foco em meios acessáveis pela internet:
- Televisão aberta: em 2013 alcançava 95% dos produtores. Hoje ainda mantém relevância, mas caiu para 80%;
- WhatsApp: em 2021, três em cada quatro produtores já usavam o aplicativo como fonte de informação, número que agora salta para quase a totalidade;
- Sites de busca: ganharam protagonismo, passando de 49% para 84% no mesmo intervalo;
- YouTube: antes visto como entretenimento, hoje é canal de orientação para 61% dos produtores;
- Sites especializados do setor: cresceram de 35% para 66%;
- Facebook: em queda em outros segmentos, ainda registra crescimento no agro, subindo de 30% para 39%.
Comunicação através da internet
A ABMRA destaca que mais do que dados, a pesquisa evidencia uma virada de chave na forma como o agro se informa, decide e se conecta.
“Se a televisão aberta ainda ocupa espaço relevante, a presença quase universal da internet e o avanço dos canais digitais mostram que a comunicação com o produtor exige novas estratégias, mais segmentadas, dinâmicas e aderentes à realidade conectada do campo brasileiro”, diz a entidade, em nota.