Com intuito de melhorar a produção, a viabilidade econômica e a sustentabilidade dos pequenos cultivos de cacau, abieiro (abil), bacurizeiros, castanha-do-brasil, murucizeiro, ramboteira (rambutão) e taperebazeiro, agricultores do Pará vão receber 110 mil mudas de bananeiras para sombreamento dessas espécies, essencial para o desenvolvimento das espécies em sistemas agroflorestais. O projeto “Dinamização da Cacauicultura Paraense com o Desenvolvimento de Fruteiras Perenes para Uso como Sombreadoras Definitivas em Sistemas Agroflorestais (SAFs)” foi apresentado pela Embrapa.
A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap) aprovou a ideia que visa fortalecer a cacauicultura paraense por meio da distribuição das mudas de bananeiras. A medida pode beneficiar cerca de mil produtores rurais, incentivando a ampliação de áreas de cultivo e contribuindo para a sustentabilidade do setor.
Frutíferas e sustentabilidade
A proposta busca disponibilizar cultivares de espécies frutíferas adaptadas aos sistemas integrados. O pesquisador da Embrapa Rafael Alves, que defendeu o projeto, destacou que a cultura cacaueira precisa de espécies selecionadas para o sombreamento definitivo em SAFs. A proposta inclui a instalação de vitrines tecnológicas e a promoção dessas cultivares como alternativas sustentáveis.
O projeto de fomento às mudas de bananeiras foi defendido pelo engenheiro agrônomo O gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares, explicou que cada agricultor receberá 100 mudas, alcançando um total de mil produtores.
“Elas serão repassadas aos produtores de cacau em pequenas quantidades, para multiplicação, visando beneficiar o maior número possível de produtores na implantação de novas áreas no estado”, explicou Tavares. As variedades a serem distribuídas são BRS Terra-Anã e Pacoua.
Importância estratégica
Para o presidente do Condel do Funcacau, Giovanni Queiroz, os projetos aprovados são fundamentais para o fortalecimento da cacauicultura no Pará. Ele destacou que o plantio de banana é o primeiro passo em arranjos produtivos com sistemas agroflorestais de cacau devido ao seu papel no sombreamento inicial.
Queiroz também ressaltou a parceria com a Adepará para combater a monilíase, praga que poderia causar grandes prejuízos aos produtores. Com um orçamento de R$ 1,7 milhão para dois anos, a ação busca prevenir a entrada da doença no estado.