sábado, 28 de dezembro de 2024

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Produtores de soja e milho da América do Sul criticam lei antidesmatamento da UE

Representantes dos produtores de soja e milho da América do Sul, que representam 51,3% e 15,2% da produção mundial, respectivamente, manifestaram preocupação com o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), que determina a proibição da importação de produtos provenientes de áreas com qualquer nível de desmatamento identificado até dezembro de 2020 – seja legal ou ilegal.

Em um manifesto divulgado nesta terça-feira (26), as entidades afirmam que o EUDR é uma “barreira comercial disfarçada de medida ambiental” que trará impactos consideráveis no custo de produção, aumento nos preços dos alimentos e causará distorção do comércio mundial.

“As medidas que constam no EUDR não trazem nenhum tipo de reconhecimento para a grande maioria dos produtores rurais que preservam o meio ambiente”, diz o manifesto. “Trata-se de uma medida essencialmente punitiva, com aumento do risco e custos ao operador privado.”

As entidades também criticam a classificação de risco ambiental definida pelo EUDR, que considera a América do Sul como uma região com alto risco de desmatamento.

“Essa classificação é inaceitável, pois afeta a imagem e a reputação dos países, distorcendo o comércio internacional, prejudica o acesso ao crédito e implica aumento nos custos de transação dos países”, diz o manifesto.

Os produtores rurais reafirmam o compromisso em continuar atendendo à demanda mundial por alimentos, produzidos de acordo com os três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental.

As entidades estão abertas ao diálogo com a União Europeia para buscar uma solução que beneficie todos os elos da cadeia.

Entidades que assinaram o manifesto:

  • Associação Argentina de Milho e Sorgo – MAIZAR
  • Associação Brasileira dos Produtores de Milho – ABRAMILHO
  • Associação Brasileira dos Produtores de Soja – APROSOJA BRASIL
  • Associação da Cadeia da Soja Argentina – ACSOJA
  • Associação dos Produtores de Soja, Oleaginosas e Cereais do Paraguai – APS
  • Câmara Paraguaia de Exportadores e Comerciantes de Grãos e Oleaginosas – CAPECO
  • Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA

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