A produção de laranjas na Flórida caiu para o menor nível desde a Grande Depressão. No ano comercial 2024/25, o estado colheu 12,2 milhões de caixas, queda de 32% em relação a 2023/24. Doenças nas árvores e impactos climáticos reduziram a produção, pressionando a oferta de frutas e suco no mercado, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Greening e clima afetam rendimento
A doença conhecida como greening segue como principal desafio. Ela impede que as árvores produzam frutos regulares, resultando em laranjas pequenas, deformadas e amargas, que caem antes da colheita. Apesar de não haver cura, tratamentos atuais ajudam a retardar seu avanço.
Além disso, tempestades recentes agravaram as perdas. O furacão Milton atingiu o centro da produção em 2024, e a Flórida ainda se recupera do impacto do furacão Ian, em 2022. Com 71% da produção concentrada em cinco condados, qualquer tempestade reduz significativamente o volume colhido. Diante desse cenário, muitos produtores optam por vender terras para incorporadoras, reduzindo ainda mais a área plantada.
Oferta limitada pressiona preços
A escassez de fruta reflete diretamente no mercado. Até agosto, o preço médio no varejo chegou a US$ 11,80 por galão, alta de quase 20% ante o ano anterior. No mercado de futuros da Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos de suco de laranja congelado concentrado, que chegaram a 548 cents por libra-peso em 2024. Atualmente, os preços são negociados a 240,35 cents/lb, com queda de 5,36% nesta quinta-feira (18).
O cenário indica que a combinação de doenças, clima extremo e redução de áreas produtivas deve manter a oferta limitada, impactando produtores, processadores e consumidores de suco de laranja nos próximos anos.