quarta-feira, 30 de outubro de 2024
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Presidente da Aprosoja garante: Danone seguirá comprando soja brasileira

A Danone Brasil divulgou uma nota oficial desmentindo a informação de que teria interrompido a compra de soja brasileira devido a questões ambientais e, com isso, teria começado a adquirir o grão da Ásia.

A empresa destacou que “continua comprando soja brasileira em conformidade com as regulamentações locais e internacionais” e que sua aquisição passa por processos de verificação de origem e rastreabilidade, assegurando que o insumo não venha de áreas desmatadas.

Com a repercussão do tema e antes da publicação do posicionamento da companhia, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) se manifestou, acusando a multinacional de discriminação e desconhecimento das práticas agrícolas do país.

Ligação da Danone à Aprosoja

O presidente da entidade, Maurício Buffon, conta que recebeu ligação da direção da Danone Brasil para esclarecer o tema. Segundo ele, o contato da empresa transmitiu um verdadeiro arrependimento pela declaração dada e, também, medo de boicote aos produtos da marca no país.

“Eles ou qualquer outra empresa têm o direito de não comprar o nosso produto, mas dizer que a nossa soja não tem sustentabilidade ambiental nos obriga a reagir de forma dura”.

De acordo com ele, o mercado brasileiro é muito importante para a Danone e para qualquer outra empresa que busque se estabelecer no país.

“Uma multinacional que quer ser uma multinacional de verdade tem de estar em um país do tamanho do Brasil, com o nosso comércio. Isso [a fala da empresa] repercutiu muito mal. Ele [o diretor da empresa no Brasil] nos falou que [a fala foi] específica a um produto que é feito na Europa, o leite de soja de lá, que não implica nas compras e nos negócios de soja da Danone no Brasil. […] não muda nada no comércio de soja entre o Brasil e a Danone, o que era antes, vai continuar sendo”, diz Buffon.

Para ele, a soja que a empresa pode querer adquirir em outro país tem muito menos sustentabilidade do que o produto brasileiro, já que não é produzida com plantio direto, não possui Áreas de Preservação Permancente (APPs), Reserva Legal inserida na propriedade. “Se alguém tem força para falar de sustentabilidade hoje é o produtor e a agricultura brasileira”.

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