sábado, 23 de novembro de 2024
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Preços do trigo sobem mais de 10% no Brasil

O mês de outubro encerrou com a média de preços das principais praças de comercialização de trigo 12,1% superior à do fechamento de setembro. Quando se compara ao igual momento do ano passado, ainda acumula queda de 33%.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, depois da forte retração de setembro, essa alta pode ser creditada à deterioração das condições das lavouras brasileiras e ao início das intervenções governamentais no mercado.

No Rio Grande do Sul, a base de compra (nominal) é de R$ 1.135/tonelada, com alta de 13,5% em relação ao fechamento do mês de setembro. No Paraná, os R$ 1.140/tonelada indicados no interior do estado acumularam alta mensal de 15,9%. As chuvas não têm dado trégua.

Além dos impactos qualitativos que devem ser históricos, a produtividade será reduzida e há relatos de produtores no Rio Grande do Sul que decidiram abandonar as lavouras.

O potencial de produção gaúcho era de 5,2 milhões de toneladas, contra 6,01 milhões de toneladas do ciclo anterior.

Atualmente, esse número fica entre 3,2 e 3,6 milhões de toneladas. Em relação à qualidade ainda, é prematuro fazer uma análise, pois cerca da metade das lavouras ainda está no campo, disse.

O governo realizou um leilão de Pepro (Prêmio Equalizador pago ao Produtor) e um de PEP (Prêmio Para Escoamento do Produto), cada um com recursos para escoar até 154,80 mil toneladas de trigo em grão.

Somando-se as duas operações, houve demanda para 119,85 (65%). O maior volume foi para o PR com 120 mil toneladas, seguido pelo RS com 75 mil toneladas, MS com 3,6 mil toneladas, BA 750 toneladas e SC 500 toneladas.

Trigo em Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais baixos.

O mercado vem sendo pressionado nas últimas semanas pela concorrência russa, que inunda o mercado internacional com oferta mais barata.

Nos últimos dias, notícias vindas do Mar Negro, da Argentina e da Austrália fizeram diminuir as preocupações quanto ao fornecimento global do grão.

A expectativa de que a China vá ao mercado internacional deixa os traders e investidores em alerta.

Ainda que os Estados Unidos não sejam um fornecedor tradicional à China, a Dow Jones reportou rumores de que o país asiático esteja em busca de trigo de primavera norte-americano.

De qualquer forma, caso o governo chinês busque mais trigo da Austrália, outros compradores asiáticos, como Japão e Indonésia, podem demandar mais dos EUA.

Por enquanto, a falta de sinais concretos contribui para manter as cotações em baixa.

Em outubro, a posição dezembro acumulou queda de 2,72%.

No fechamento, os contratos com entrega em dezembro eram cotados a US$ 5,56 1/4 por bushel, alta de 9,75 centavos de dólar, ou 1,72%, em relação ao fechamento anterior.

Os contratos com entrega em março de 2024 eram negociados a US$ 5,85 1/4 por bushel, ganho de 9,00 centavos, ou 1,51% em relação ao fechamento anterior.

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